sexta-feira, dezembro 24, 2010

A queda de todos nós.

Acabar de ler o romance de Karleno Bocarro, "As almas que se quebram no chão", há de deixar o leitor com uma sensação de falta de ar, como se levasse um soco no estômago. Mas se o autor atinge-nos de forma tão impactante, muito se deve a seus personagens, especialmente Marcos, uma espécie de Dante moderno aqui levado não ao Paraíso, mas a nulidade satânica.

Antecipo o fim do livro e não falo da essência: um retrato tocante e ao mesmo tempo mordaz de um grupo de amigos perdido entre Berlim e São Paulo, que em busca de uma idéia vaga de liberdade e intelectualismo acaba por mergulhar em um lodaçal de experiências que não trazem nenhum alívio, nenhuma transcendente experiência (sexual ou outra qualquer) o "desraigamento dos sentidos" é apenas um suceder de ridículas apreensões da realidade além do real, e por fim, a covarde tentativa fuga de si mesmo, impossível de realizar-se, sobrando apenas um total embotamento do ser.

Mas se fosse apenas isso, esse degringolar beat de uma geração, o autor seria apenas mais do mesmo, um desses que gostam de exibir a decadência humana como algo inescapável e inerente à nossa índole (o que não deixa de ser verdade!). Tantos no nosso meio literário fazem de tal experiência a prova cabal de nossa pequenez, de nossa decadência e sordidez. Mas Karleno enxerga além.

Em primeiro lugar há situações onde, de forma sutil para o leitor que não estiver atento, percebemos o mal, por toda parte: fétido, rastejante, podre. Insinuado, este mal está no abjeto prédio que os personagens ocupam na maior parte da narrativa quando na Alemanha. O prédio decadente era um suposto prostíbulo para uso de membros da SS à época da guerra e há de se sentir em suas paredes apodrecidas, o mal escorrer e impregnar os personagens. Em uma das cenas mais assustadoras do livro, é possível sentir o cheiro de podridão impregnar nossas narinas.

E mais sutil ainda é a presença da Graça. Eis o ponto. Eis a angústia para nós, que lemos e percebemos o quão próxima ela está do personagem principal e o quanto este tenta macular sua presença. Ela é presente de forma evidente na personagem que paira pelo livro como uma Beatriz no poema. Mas aqui ela não é forte o suficiente para atrair o nosso moderno Dante de suas trevas pessoais e reais. Ou melhor, Luiza, é sim forte, quem é fraco, decadente e medíocre é Marcos em suas decisões, em sua falta de ombridade e maturidade.

Medíocre, eis a palavra, em Marcos nada é real, sincero, puro. Ele não consegue seguir um caminho de sua escolha, está sempre sendo levado pelos outros, não consegue sequer, atingir a decadência marginal e plena como seus amigos de devassidão, mas ao mesmo tempo, e nenhuma surpresa aqui, sequer consegue erguer-se do caos e realizar algo. Tenta a todo custo viver a vida de outros, chegando ao absurdo de tentar vender um manuscrito de um amigo como sendo seu. No sexo, consegue apenas concretizar o ato com uma esquálida filha do sertão nordestino onde é enviado pela burocracia do banco onde trabalha. Seu único esforço concreto, sua única ambição realizada é tornar-se um ninguém.

Muito disse aqui sobre o livro de Bocarro, mas ainda assim faltam palavras sobre a galeria de personagens (dignos do melhor Henry Miller), de sutis e certeiras críticas aos fatos e situações criados pelo desgaste de um país corroído por um regime decadente e em uma espiral de decadência e perda de valores. Quando espelhado ao Brasil, notamos que a experiência européia testemunha a decadência de uma civilização, enquanto aqui, somos tomados pela barbárie inerte.

Bocarro escancara e há de incomodar muitas gentes com seu livro; por mostrar esse hedonismo do feio, a preguiça perante o embate com a vida, o sub-intelectualismo e last but not least, o triste desperdiçar de uma geração perdida em si mesma.

No fundo é torcer; torcer para que Karleno Bocarro seja um daqueles (pois há que se esperar por essa nova geração de escritores, do qual ele é um dos primeiros há aparecer!) de quem poderemos dizer que veio para ficar, que veio para resgatar o melhor da literatura brasileira. Devemos ficar atentos e perspicazes, pois estamos diante de um autor capaz de levar-nos a um topo nunca alcançado antes. De sermos original e finalmente, universais.

domingo, dezembro 19, 2010

Pequena Antologia Pessoal do Melhor (e do Pior) de 2010

Existe coisa mais legal do que fazer listas? Como bem diz o Umberto Eco, somos vidrados nesse negócio de hierarquizar as nossas preferências (e sim, hierarquizar, dividor o joio do trigo, separar o bom do ruim, isso faz parte de nossa experiência humana, por mais que os "mudernos" pensadores digam e ensinem o contrário). Portanto, eis o melhor e o pior de 2010...afinal, para algo ser bom alguma coisa tem que ser ruim.!

Comecemos então pela universo dos livros e editoras;

Não dá pra negar, o quebra pau entre a Record e a Cia das Letras foi o fato cultural do ano! Finalmente o que sempre ficou nos bastidores do mundinho literário veio à tona e, por mais que tentem esconder, vimos o quanto a política interfere na hora de escolhermos nossos "melhores". Esperemos que mais brigas desse tipo ocorram em 2011, afinal, é preciso chacoalhar certas unanimidades!

Ok, isso aqui não é uma escolha tão importante quanto o Jabuti (se é que ele é importante...) então vamos lá:

Em quinto lugar - Contra um mundo melhor - Luiz Felipe Pondé - um ótimo antídoto para levar na mochila na hora de ir para a roda de bar enfrentar os bárbaros do "mundo melhor". Vários sopapos na cara do politicamente correto e um humor de dar orgulho ao velho Nelson.

Quarto lugar - Ligeiramente fora de foco - Robert Capa - houve uma época em que os homens ainda podiam se aventurar, buscar um novo olhar e viver plenamente. A memórias do "ex-hungaro", Robert Capa, são de fazer inveja a qualquer um de nós, filhos da geração sucrilhos.

Terceiro lugar - As almas que se quebram no chão - Karleno Bocarro - Que Chico "Derramado", que Ednei Silvestre! E vocês ainda ficam interessados no que o velhaco do Roth escreve? Ainda babam pelo J. Frazen? Pois deviam olhar com atenção para o próprio quintal e ver que (sim é possível) existe literatura de qualidade neste país de lulismos infernais.

Segundo lugar - Sob o sol de Satã - George Bernanos - Pra quem acha que o cristianismo é uma religião de velhas encardidas ou que só ateus podem criticar o mofo que volta e meia impregna a Igreja, saibam que Bernanos está de volta, e não é fácil ser cristão sob peso de seu olhar. Um desses pequenos milagres editoriais que ocorrem nestas plagas canibalistas.

Primeiro lugar - O Outono da Idade Média - Johan Huizinga - Não tem como negar o marco que é a publicação (e edição) deste que é o melhor livro sobre a idade média já escrito. Sem dúvida, o melhor livro do ano, quiça da década!

E o pior livro lançado no Brasil esse ano é o....Stalin - História crítica de uma lenda negra - Domenico Losurdo - Que dizer de um livro que tenta justificar os horrores perpretados por Koba durante seu "reinado absolutista" na extinta União Soviética? Nada mais deplorável, um livro que só pode ser colocado ao lado dos revisionistas que dizem que não ocorreu o Holocausto.

Para encerrar, um pitaco do melhor livro lançado lá fora: Bloodlands - Timothy Snyder - Um catatau de 500 páginas revela o que todo comunista sabe mas não admite: Nazismo e Marxismo são duas forças irmãs que arrasaram e assassinaram milhões na Europa...mas, graças a certos "arranjos", Stalin conseguiu manter a aura de libertador e salvador da democracia. Para entender como, eis um livro essencial e estupidamente bem escrito!

Música

All right, it's only Rock n Roll, but I like it! A música pop (que é a que importa, folks, deixem de eruditismos e mofo!) parece morta, mas nada como um bando de velhinhos (e alguns jovens talentos, hehe) para mostrar que há vida (inteligente, ácida, redentora...) além do que você baixa para seu Ipod.

Quinto lugar - The Dawg Years - Blaze Foley - Para quem está carente de Johnny Cash, já ouviu tudo do Hank Williams, e está precisando de canções para acompanhar a melancolia de fim de ano, nada melhor do que o "drunken angel" (Lucinda Williams, kids!) Blaze Foley. Gravado de forma caseira entre 1976 e 1978, Foley com 25 anos interpreta canções cruas e intimistas, mas ainda assim com um toque irônico e mordaz (era a época do Watergate). Um diamante bruto da música country.

Quarto lugar - Terra Incognita - Juliette Lewis - Ok garotas, então vocês querem fazer RocknRoll? Então aprendam com Juliette Lewis como revigorar o estilo sem cair em clichês, como prestar homenagem sem plagiar (iggy pop, david bowie, glam rock, T. Rex), como ser sexy sem ser vulgar...Isso que ela acredita na cientologia, imagine se ela fosse uma garota normal!

Terceiro lugar - The Union - Elton John e Leon Russell - A prima-dona presta homenagem a um dos maiores nomes da música country e juntos fazem um dos melhores e mais tocantes álbuns do ano. Vocês podem até duvidar, mas se chegarem a ouvir "Hey Ahab" vão entender os motivos que fazem deste, um dos melhores do ano!

Segundo lugar - Le Noise - Neil Young - De cara um soco nos tímpanos para fazer você entender que para ser "heavy" não é necessário ser "metal".! Algumas canções de protesto, outras de guerra, mas no fundo o que fica é uma declaração de amor de Neil à sua esposa e filhos. Um dos mais belos discos de sua carreira (e olha que ela é longa!)

Primeiro lugar - I Speak Because I Can - Laura Marling - Que dizer do disco que fez Ryan Adams esforçar-se para escrever melhor? Que dizer de canções de uma maturidade inexplicável para uma garota em seus 20 e poucos anos? Alguns puristas podem achar que sou louco, mas a única coisa próxima desta obra-prima, pensando em idade e na força das canções é o Freewheelin'Bob Dylan! Imperdível e irrevogável!


Extra: o box mais fiadaputa do ano! Bom, tinha que ser do Dylan, né? - Depois de me fazer comprar o box SACD, eles tinham que fazer isso!! - Original Mono - cruel, muito cruel...


O pior de 2010: Sinceramente? a música nacional! De fiuk a maria gadú, pode escolher o que tiver no meio e jogar na lata do lixo. Nunca vi tanta porcaria sendo gravada, elogiada, idolatrada...sinceramente, chegamos ao ponto de considerar Ivete Sangalo uma artista séria e um show na "laje" do Arnaldo Antunes algo inusitado de bom!!!??? A coisa anda feia por estas bandas (e com estas bandas!)


Cinema e TV (afinal, a TV é o verdadeiro campo de criatividade hoje em dia!)

Com um ano bem fraco em termos de cinema, mas vamos lá:

Quinto lugar - Kick-Ass - a divertida adaptação do quadrinho (que é ainda mais divertido). Bom para desopilar o fígado e se apaixonar pela Hit-Girl. De fazer inveja ao melhor Tarantino!

Quarto lugar - A Estrada - Tudo bem, pessoal ainda não aprendeu a fazer um filme baseado na obra do McCarthy, mas esse é o que melhor chega lá. E desculpa, mas só quem não tem sentimentos filiais para não se emocionar com o relacionamento de pai e filho (Pai & filhos, Deus e nós) que surge na tela escurecida pela fuligem da desesperança.

Terceiro lugar - Fim da Escuridão - Ok, está aqui por um motivo simples. Todo mundo falou tão mal do Mel Gibson, meteram tanto o pau nele, que coloquei esse filme aqui por achar um exagero toda essa perseguição e rancor. Ele pode ter lá suas falhas, mas duvido que seja o pior que há em hollywoodland...e de mais a mais, o filme é bom.

Segundo lugar - Onde Vivem os Monstros - Surpreendente filme "infantil", que revela mais de nós do que qualquer outra porcaria pseudo-intelectual que produzem por aí. Se você realmente quer saber o que se passa em dentro de nós, o que nossas fantasias revelam, não deixem de assisitir essa pequena obra-prima.

Primeiro lugar - O ano não acabou ainda, portanto vou segurar um pouco o primeiro lugar....

A pior porcaria que vi no cinema este ano foi...AVATAR !! Só mesmo tendo uns neurônios a menos para gostar dessa baboseira 3D. Roteiro péssimo, efeitos 3D para encantar quem baba na gravata, e atuações pífias fazem deste o pior filme do ano (quiça da década!!). Será que não dava para pelo menos bolar um roteiro menos idiota? Mesmo para um blockbuster é medíocre demais da conta!

Do que foi produzido na TV este ano uma pequena colocação: realmente há mais vida inteligente na telinha do que no cinemão! Vamos lá então para o melhor da máquina de fazer doido!

Quinto lugar - House - Ainda mantém o fôlego, mas tá começando a cansar, vão precisar de coragem para acabar com o personagem mais cool e sarcástico (já nem tanto) da tv, mas é preciso saber quando algo terminou.

Quarto lugar - The Pacific - Prejudicada pela existência de um Band Of Brothers, ainda assim é impactante a série que mostra as batalhas que arrolaram americanos e japoneses nas ilhas do pacífico. Notável é perceber o quanto essas batalhas foram tão ou mais violentas e cruéis do que qualquer Vietnã.

Terceiro lugar - Lie to Me - Cansando do Dr. House? Então divirta-se com o genérico Dr. Lightman, vivido pelo também britânico (mas aqui o personagem é britânico) Tim Roth. Sarcasmo, ironia, "todo mundo mente" é o mote da série. Mas há nuances interessantes, já que o personagem de Roth tem que conviver com sua ex-esposa e sua filha de 16 anos. Pena que Roth engula todos os outros atores com sua performance.

Segundo lugar - Dexter - Não dá para superar Dexter em termos de drama policial (e familiar!!) se você não nunca assistiu , não sabe o que está perdendo. E sim, é uma das séries que mais me emociona!

Primeiro lugar - Mad Men - Quer saber, é uma vergonha que a melhor série do ano tenha apenas uma temporada lançada no Brasil(uma briga entre a Paramount e a Warner parece ser responsável por isso) portanto, estamos nós bruzundanguenses, obrigados baixar pela internet essa que é uma das mais impactantes e profundas séries do momento.

O pior da TV...alguém assiste TV aberta? Então é só escolher o que lhe causa engulhos e preencher aqui (.........)

Terminada a antologia cultural, prometo para os próximos dias uma antologia de fatos marcantes do ano.

See ya!

sábado, julho 10, 2010

Algumas idéias sobre "The Beguiled"

Mathew Brady e Alexander Gardner eram os fotógrafos oficiais do Governo Unionista na Guerra Entre os Estados que devastou os EUA durante os anos de 1861/65. Mais de meio milhão de soldados morreram no conflito e incontáveis vidas civis foram perdidas. O conflito, como não poderia deixar de ser, marcou a vida de pessoas, gerou diferentes formas de se interpretar o mundo, e deixou sua marca nas canções, na literatura e até a indústria cinematográfica
teve os seus "blockbusters" sulistas: The Birth of a Nation,...Gone With the Wind e A General são os filmes representativos desta leva. O próprio Eastwood revisitaria o tema em filmes como Josey Wales. The Beguiled entra nessa categoria, obviamente não como um "blockbuster", e trás uma visão bem pouco heróica ou romantizada da Guerra. Desde o ínicio do filme, ainda nos créditos iniciais, as fotografias dos dois fotógrafos acima citados aparecem em sequência e marcam o tom, o momento histórico da narrativa: Lincoln em um acampamento, soldados em trincheiras, feridos, mortos...a guerra que devasta o país cerca o cenário desse conto de horror gótico sulista.

Após os sons de batalha e as imagens das fotografias em sépia sairem de cena, vemos Amy, uma encantadora menina, colhendo cogumelos na floresta, uma chapeuzinho vermelho sulista. Ao fundo enquanto a voz de Eastwood cantarola The Dove, uma canção da Guerra Entre os Estados:

"Take warning by me, don't go for a soldier, don't go for the army
For the dove she will leave will, the raven will come
And death will come marching at the beat of a drum
Come all you pretty fair madies who walk in the sun
And don't let your young man ever carry a gun"

A cena, como bem aponta Howard Hughes, é o típico início de um conto de fadas, mas aqui, logo o encantamento tornar-se-á um pesadelo de mentiras e dissimulações, farsas e tragédias. Ela encontra o soldado do 66º Regimento de Infantaria de Nova Iorque, John McBurney (Eastwood) ferido e o leva para a "Seminário Para Garotas Farnsworth". É lá, que cercado pelos cuidados, suspeitas, carinhos e obsessões de um grupo de mulheres que McBurney irá, através de seus próprios desejos e manipulações, encontrar seu destino.

The Beguiled é o terceiro filme da parceria Siegel/Eastwood e para muitos, a decisão de Eastwood de estrelar esta produção foi quase tão ousada e importante quanto ir para a Espanha filmar com um diretor italiano desconhecido. Don Siegel considerava esse, dentre todos os filmes que dirigiu, o seu favorito.

Jogando com a visão do cavaleiro solitário que chega à cidade e de forma "mágica" reestabelece a ordem, aqui a trama é justamento o oposto: o estranho que chega trás em seu bojo apenas o caos, destruindo a ordem e abrindo portas para pecados guardados e tentações futuras, também aqui, ao contrário destes personagens sem passado, é nos revelado o seu verdadeiro passado.Não, o "Blue Belly" não é o que diz ser...ora um quaker inocente, ora um cavaleiro em armadura para resgatar uma donzela virgem daquela fortaleza monástica, McBurney é na verdade um soldado covarde e cruel, não tem respeito pelas terras que conquista e queima as colheitas de fazendeiros sulistas (o que remente às táticas do general Sherman, um dos maiores carniceiros de qualquer época, de qualquer guerra, responsável pelo incêndio da cidade de Atlanta que é retratado em ...Gone With the Wind), além de não ser nem um pouco pudico ou discreto, McBurney usa de seu charme e presença para seduzir aquelas mulheres abandonadas e temerosas.

Muito se escreve sobre esse filme da perspectiva do homem fragilizado e emasculado (quiça, castrado!) diante da feminilidade traída (e por vezes, histérica), mas acredito que se trate mais do que isso (até por conta dos futuros questionamentos que Eastwood traria às telas), e para isso, trago uma lição adaptada da análise que Elizabeth Kantor faz da obra de Jane Austen: a miséria humana não é causada por estruturas tradicionais ou genêro, mas por pecados indivíduais (e como há pecados neste filme: assassinatos, incesto, estupro até uma certa dose de profanação). Mais, (e ainda no universo de Austen adaptado para esse filme), há uma evidente falta de auto-controle feminino no filme mas, sejamos justos, há uma abdicação de responsabilidades próprias de um homem no filme (lembrem-se que no filme ele apenas engana e trapaceia), e quando ao final do filme há a contrição do personagem de Eastwood e a aceitação de seu papel como Homem, já não há mais tempo e as rédeas do destino estão soltas.

E para encerrar, e desfazer a imagem de apenas um filme excêntrico nas carreiras de Siegel e Eastwood, gostaria de homenagear o espírito sulista com uma citação de sua maior escritora; "...there was a good deal of grotesque (in American Literatura) which came from the frontier and was supposed to be funny; but our present grotesque characters, comic thought they may be, are at least not primarily so. They seem to carry an invisible burden: their facaticism is a reproach, not merely an eccentrecy."

quarta-feira, julho 07, 2010

Algumas idéias sobre Coogan's Bluff

O filme que marca a transição de Eastwood do cowboy solitário para a cidade grande, é também o primeiro filme com o diretor Don Siegel, que viria a tornar-se a segunda e talvez a principal influência no futuro de Eastwood no modo de lidar com a produção e direção de filmes (a primeira influência é Sérgio Leone). Juntos, fizeram dois dos mais memoráveis filmes do cânone eastwoodiano: Dirty Harry e Escape From Alcatraz.

Siegel começou a trabalhar na Warner em 1934, onde tornou-se responsável pelo departamento de montagens do estúdio (a montagem da abertura do filme Casablanca é dele), mais tarde, torna-se diretor, entre seus filmes, o Invasores de Corpos original, Hell is for Heroes com o iniciante Steve McQueen e com Lee Marvin em The Killers, como se não bastasse, dirigiu ninguém menos do que Elvis Presley no filme Flaming Star. Sua marca registrada era o fato de trabalhar dentro do orçamento (muitas vezes pequeno) e filmar de forma rápida e prática. A falta de um diretor aceitável, os vários roteiros insatisfatórios e um prazo curto para as filmagens, levaram Siegel ao set de Coogan's Bluff. E assim, a uma das parcerias mais importantes do cinema teve início.

O plot do filme é simples, um policial do Arizona (não é o Texas!) vai a Nova Iorque fazer a transferência de um preso para ser julgado no Arizona. Não podendo fazer a transferência de imediato, afinal o preso está em uma prisão-hospital recuperando-se de uma viagem de LSD, Coogan é obrigado a conviver com a cidade grande e esperar a liberação do bandido. Mas como Coogan acha que pode resolver as coisas a seu modo, termina por dar um blefe (daí o título do filme...mas pode ser também por conta da luta final, que ocorre em um parque em NY chamado Coogan's Bluff (ribanceira)). Mas as coisas saem do controle e ele vai ter que caçar o sujeito na urbana e decadente Nova Iorque.

Coogan, com seu jeito hora Wyatt Earp, hora Buffalo Bill, termina por ser a antítese mesma da cidade: as passagens dele interagindo com a fauna nova-iorquina apresenta cenas do mais absoluto politicamento incorreto. Feito em 1968 o filme vai totalmento contra o zeitgeist do momento. E a história é explícita neste ponto, afinal uma trama onde o herói é um hillbilly e os vilões estejam envolvidos com a sub-cultura hippie da época não tem como deixar mais claro de que lado o herói está.. (há uma cena de Coogan anda em meio a uma festa na boate "The Pigeon-Toed Orange Peel" cercado por hippies, gays e drogados, com projeções passando ao fundo cenas de fimes à la Warhol, (inclusive uma curiosa projeção de uma tarântula gigante, cena tirada de filme B que Eastwood fez nos anos 50), esta momento no filme é um dos mais ousadas defesas do indíviduo contra a massa left-wing já feita no cinema)... Mas também temos os conflitos com outros temas: a burocracia, que impede a rápida transferência do prisioneiro, o psicologismo que tenta compartimentar o Homem (é hilária a conversa de entre Coogan com uma psicóloga do departamento, que tenta analisar o comportamento dele, em um momento chamando-o de enigmático para o que ele responde"enig-what?", etc.

Howard Hughes, crítico de cinema e autor de Aim For The Heart - The Movies of C. Eatwood, também aponta que no tratamento aos criminosos é possível ver os primeiros indícios de Dirty Harry e há trechos do diálogo que irão ecoar depois na voz do detetive de São Francisco . Em uma cena, Coogan ameaça um hippie (Albert Popwell) que aponta um canivete para ele com a frase "Mister Wonderful whatever-your-name-is. You better drop that blade, or you won't believe what happens next - even while it's happening", curiosamente, Albert Popwell é o assaltante do início de Dirty Harry, o "punk" com sorte. Outra frase que remete diretamente a Harry é quando, ainda no Arizona, seu superior diz para ele que, continuando a agir como um "lonesome boy" ele irá ter que fazer "every lousy one-man job that comes along".

Com cenas de ação, ironia e um Eastwood ávido em observar e aprender com Siegel, Coogan's Bluff contém elementos que tornar-se-ão marca registrada da parceria Siegel/Eastwood. Uma boa trama, uma direção contida e prática, não perdendo tempo com psicologismos e discursos vazios. É simples, direto e funciona. Futuramente, obras-primas nasceriam desse método.

segunda-feira, julho 05, 2010

La storia de un soldato

Algumas idéias sobre "The Good, the Bad and the Ugly"

"Quando eu era pequeno, sonhava com westerns, heróis e bandidos..."

Sérgio Leone

"The Good, the Bad and the Ugly" foi o primeiro western, o primeio filme de Sérgio Leone e o primeiro filme de Eastwood que assisti. Isso foi em 1984 e acabara de ir morar com meu pai, com quem não vivia desde os 3 anos de idade. Não sei como, acredito que por causa de uma propaganda na TV anunciando a exibição do filme, meu pai disse que gostava muito dele.

O que sei é que fiquei a madrugada (pois o filme passou em uma das sessões do antigo Corujão, da Globo) encantado, ou melhor, embasbacado, pela jornada desses três cowboys tão estranhos, Angel Eyes, Tuco e Blondie (respectivamente interpretados por Lee Van Cleef, Eli Wallach e Clint Eastwood) através das paisagens ora desérticas, ora cheia de rostos que eram em si mesmos, paisagens marcadas pelo tempo.

A história se passa durante a Guerra entre os Estados (vulgarmente, Guerra Civil Americana), quando as forças Confederadas comandadas pelo General Sibley (um inapto, responsável pelo fracasso da expedição: uns dizem que por culpa do alcoolismo, outros, por covardia), invandem o Novo México a partir do Texas. Neste cenário devastado, encontraremos as três personagens, que, por coincidência, brutalidade ou destino, ficam sabendo que duzentos mil dólares em moedas de ouro estão enterrados em um cemitério.

Mas, para chegar ao ouro (e ao cemitério, isto é ao fim de tudo) é necessário antes, que eles atravessem experiências e situações que vão, como em toda boa história, revelando e afetando a personalidade deles.

E aqui, Leone já não tem as limitações orçamentárias de seus filmes anteriores, e com um grande estúdio por trás, floresce de vez o seu estilo, permitindo que a jornada seja grandiosa, quase homérica.

O filme é preenchido com uma sinfonia de sons naturais: é possível ouvir o vento soprando a areia do deserto, o ranger de portas, lonas sendo agitadas, o arrastar dos pés e o tilintar de esporas, o som das armas de fogo sendo engatilhadas. Toda essa sinfonia serve para abrir espaço para um dos mais bem utilizados elementos do filme: o silêncio, que tanto quanto a música orquestral (composta novamente por Ennio Morricone) é parte importante na criação da tensão ou preparação para a explosão de violência que muitas vezes se segue.

O impacto das imagens e dos rostos (imagino o que é ver esse filme em um cinema e não apenas na televisão), mesmo em uma tela pequena, é magnífico, devastador. Leone contrapõe grandes paisagens, a vastidão do oeste (não temos como acreditar que aquelas paisagens não são do Oeste Americano de John Ford, mas como diz o critíco e biógrafo de Eastwood, Richard Schickel, o que importa é que o diretor consiga uma "plausibilidade emocional" e não factual, assim, para nós, aquilo é o Novo México), essas tomadas, onde a vastidão parece engolir as personagens, de repente é cortada para um rosto em close-ups nunca vistos ou usados de maneira tão "fotográfica" ou estática no cinema (salvo nos próprios filmes de Leone). Para Leone, mesmo o mais insignificante dos extras merecia ter um rosto, merecia ter uma história revelada por suas rugas ou cicatrizes.

Para completar a narrativa, há ainda a impressionante música de Ennio Morricone, que compos a maior parte da trilha sonora antes de ser filmada qualquer cena do filme, o que levou muitos críticos a acreditarem na concepção operística do mesmo. Usando elementos modernos, Morricone foi capaz de captar e recriar a sinfonia de sons naturais do filme. O maior exemplo disso é no início do filme, onde ouvimos um coiote uivar ao fundo, dando o fraseado para a entrada de um dos temas mais reconhecidos da história dos westerns: "Ay-ey-ay-ey-ahhh!" e depois o "Wah-wah-wah!", que até hoje tem o poder de transportar o ouvinte para uma era de foras da lei, onde "as histórias tinham a liberdade para expressar qualquer tipo de ação, boa, má ou mais ou menos", nas palavras do próprio Leone. Mas outros temas são trabalhados magnifcamente, "La Carroza dei Fantasmi", "La Storia de Un Soldato" e o "Il Trielo" reforçam a mitologia do filme de forma inquestionável.

Uma das passagens mais tocantes e ao mesmo tempo violentas do filme (à época, críticas chegaram a dizer que a cena era de um masoquismo inaceitável), usa a canção "La Storia de Un Soldato", para abafar a tortura que o personagem de Tuco sofre nas mão do Sargento Wallace (Mario Brega) em um campo de concentração para soldados confederados. Esta cena é uma referência direta aos campos de concentração nazistas. Este tipo de referência será levada a novos patamares e discussões no filme "Duck, you sucker!", uma reflexão sobre a destruição causada pelas revoluções na vida e alma dos Homens.

Abaixo, a letra da música:

"Bugles are calling from prairie to shore,
"Sign up" and "Fall In" and march off to war.
Blue grass and cotton, burnt and forgotten
All hope seems gone so soldier march on to die.

Bugles are calling from prairie to shore,
"Sign up" and "Fall In" and march off to war.
There in the distance a flag I can see,
Scorched and in ribbons but whose can it be,
How ends the story, whose is the glory
Ask if we dare, our comrades out there who sleep."

A tríplice jornada (que leva aproximadamente 8 meses para ser completada), acompanha os personagens através de cidades devastadas pela guerra, desertos escaldantes e mortais, pequenos mosteiros que servem de abrigo para soldados mutilados, campos de concentração e por fim, a um vasto cemitério e a um caixão cheio de ouro.

Nesta jornada, as personalidades das personagens vai revelando-se para nós. Angel Eyes torna-se cada vez mais bruto e cruel, um ganâncioso e mesquinho assassino de aluguel. Tuco Ramirez, é o personagem mais interessante (e interpretado de forma dinâmica e explosiva por Eli Wallach, ele termina roubando o filme), o que mais se aproxima de nós, em sua amoralidade, em sua forma de buscar sobreviver e adaptar-se às situações mais extremas. Também é o único personagem que tem um passado, uma família (mesmo que fragmentada) e um apreço pela religião (o final, com Tuco equilibrando-se em uma cruz no cemitério, é mais um indicador da importância da religião católica para Leone, por mais fragilizada que ela se encontre em suas histórias). E Blondie, o personagem de Eastwood, é provavelmente o mais compassivo de seus personagens cowboys. Como bem nota Howard Hughes em sua análise da interpretação de Eastwood, aqui há "mais segurança e menos esforço, ele domina os maneirismos do personagem de forma completa...o meio sorriso, os longos silencios, o cigarro em sua boca. Mas ao mesmo tempo encontramos momentos de maior humildade e humanidade, que mesmo nos personagens (cowboys) mais maduros de Eastwood seriam raros"

Este foi o último trabalho de Leone com Eastwood, eles não trabalhariam juntos e por muito tempo, Leone guardou mágoas com Eastwood por conta da recusa deste em trabalhar novamente nos projetos do diretor. Seja por estar cansado do mesmo personagem, seja por não querer envolver-se em projetos maiores (ou gigantescos, para ser justo com o ego de Leone), sabe-se que pouco antes da morte de Leone, eles encontraram-se e tiveram bons momentos juntos. Unforgiven, a obra-prima de Eastwood foi dedicado a doisde seus mestres, Donald Siegel e Sérgio Leone.

Essa é uma apresentação de um cineasta que mesmo apaixonado pelo Western, ousou violar a forma e a tradição deste, aprofundando os temas e a estética, revitalizando o gênero e tornando-o moderno. Dessa forma, Leone consegue aprofundar também temas como ética, religião, amizade e família de forma a resgatar esses elementos na história de seus personagens e sua importância para a vida cotidiana.

Mas isso tudo, toda essa análise acima, nada mais é do que tentar transpor o sentimento, a emoção, a fantasia que invadiu a mente de um garoto há muitos anos atrás, e que, fazem parte da minha vida até hoje. Mesmo através daquelas imagens de um colorido vago (era uma velha TV a do meu pai), a força do filme, sua mitologia e magnitude deixaram uma indelével marca e entraram para o meu cânone pessoal.

E sempre que vejo o filme,ao final, "Il Trielo" ecoando, Blondie cavalgando na vasta paisagem e as últimas palavras de Tuco Ramirez, tenho vontade de levantar-me, aplaudir e gritar "Bravo! Bravo! Bravo!" "Grazie Signore Leone!"...e refletindo neste momento, ainda tenho que agradecer ao meu pai por ter, sem saber, mostrado uma das maiores obras-primas do cinema para seu filho.

domingo, julho 04, 2010

O Diário da Felicidade

Texto publicado na Dicta & Contradicta, v.5 (a edição holandesa...)

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A medida de nós mesmos


G.K.Chesterton, em seu Ortodoxia, definiu dessa forma a felicidade humana: "A perfeita felicidade dos homens sobre a terra... não será uma coisa plana e sólida, como a satisfação dos animais. Será um equilíbrio exato e perigoso: como o equilíbrio de um romance desesperado. O homem precisa ter a medida exata e suficiente de fé em si mesmo para ter aventuras: e ter a medida exata e suficiente de dúvida de si mesmo para desfrutá-las".


Se houve um homem que soube o que é esta felicidade anunciada por Chesterton, foi Nicolae Steinhardt. Creio que os leitores da Dicta já terão tido contato nestes últimos meses com a obra do monge romeno, chamada curiosa e paradoxalmente de O diário da felicidade. Se não é o caso, por favor, deixem que estas mal-traçadas linhas humildemente os leve a se interessar pelo mais importante livro publicado no ano de 2009.


A publicação d’O Diário da Felicidade na última semana do ano de 2009 (ano de exaltação tupinambá graças às conquistas lulistas: pré-sal, jogos olímpicos, vox-populi na casa dos 80% de aprovação), mostra que Deus pode andar ocupado, mas ainda opera seus pequenos milagres por estas bandas.


Para entender este milagre, ou o entusiasmo deste escriba, basta folhear o livro e deixar-se levar. Levar pela sinceridade provocadora, coragem (é este o pilar da obra) e uma surpresa: ao ler o livro recordo-me do poeta Bruno Tolentino. Nota-se que homens de vidas tão distintas encontram no cristianismo uma força avassaladora e que pessoas que vivem vidas tão opostas compreendem que a graça divina pode ser encontrada até nas situações mais desesperadoras (ou mesmo modestas, pois não são necessário apenas os dramas) – e isto comove o coração.


Mas além de uma defesa vital do cristianismo, o livro é um guia para medirmos a nós mesmos. Homens como Steinhardt, nascido judeu mas convertido enquanto estava preso pela Securitate romena, revelam mais do que a nossa pequenez: desnudam também os nossos pecados. Sim, pois ao lermos as páginas, ao depararmo-nos com aquelas situações absurdas de um sujeito preso e denunciado por seus pares, somos forçados a reconhecer que o nascimento das tiranias nasce não de uma vontade abstrata, mas de nossa própria tirania interior: dos nossos indizíveis pecados; das nossas mentiras e negações; covardias e delações, refletidas, alimentadas e nutridas por toda uma geração de homens trivialmente pecaminosos – é aí que surge o grande Leviatã a nos devorar.


A tirania moderna, a que desponta nesta primeira década do séc. XXI, já não é o totalitarismo nazista ou comunista. Não, o Leviatã moderno é uma entidade que nasceu e nos vigia, nos acusa e denuncia no olhar de nossos amigos, de nossos pais e irmãos, de nossos filhos e amados. Quer nos tiranizar com afago e desprezo, ao moldar o pequeno verme em nosso peito; tentando-nos ao nos esmagar sob o conformismo e o medo de sermos abandonados por aqueles mesmos que amamos.


E é necessário lembrarmos que há toda uma pletora de intelectuais, artistas e políticos que conseguiram, com seu afã de nos livrar de Deus, transformar o mal em algo prosaico. Um aborto, uma família dessacralizada, o uso de narcóticos, a pedofilia... tudo simplificado e ressignificado como meras banalidades. Ao fazerem isso, tornaram a vida menos importante que a bala que perfura nossa nuca ao fim de tudo.


Um das lições mais importantes do livro de Steinhardt é resgatar essa certeza e essa concretude do mal. Pois ele existe!; permanece dentro de nós, mesmo após nossas justificativas, nossas distorções e construções mentais.


Um câncer não confessado, que cresce e consome tudo à nossa volta.


O Diário da Felicidade, mais do que o testemunho de um sobrevivente no inferno do totalitarismo, é o próprio resgate daquilo que nos torna novamente homens: a coragem para enfrentar o drama do ser humano concreto. Daqueles que não temem confrontar o problema do pecado e da redenção, daqueles que sabem que, no final, é isto que importa. E a prova maior disso está nos seguintes trechos:

"Milhares de diabos me formigam quando vejo como o cristianismo é confundido com a tolice, com uma espécie de piedade tola e covarde, uma bondieuserie (beatice), como se o destino do cristianismo não fosse senão deixar o mundo ser escarnecido pelas forças do mal, e ele, em si, facilitasse as más ações, dado que é por definição condenado à cegueira e à paraplegia."

Ou

"Em parte nenhuma e nunca Cristo nos pediu para sermos tolos. Chama-nos para sermos bons, brandos, honestos, humildes de coração, mas não idiotas."


E como alerta para nós, embasbacados e idiotizados pela nossa brasilidade, pelo nosso novo e futurista país, fica o alerta visionário do pai de Nicolae, Oscar Steinhardt, que em 1944, ao ver o filho admirado com entrada dos tanques russos em Bucareste, saudou-o e disse: "Paraste para olhar, animal, paraste para olhar todos e não sabes o que te espera, vê como riem, mas vão chorar lágrimas amargas e também tu..."


Se este é um dos exemplos da medida de nós mesmos, que fiquemos com os exemplos maiores, como o do próprio Steinhardt, que, na abertura de seu livro, afirma que, em qualquer ambiente de espírito totalitário, existem apenas três soluções, inspiradas, respectivamente, em Alexander Solzhenistyn, Vladimir Bukovsky e Winston Churchill. A primeira é fingir-se de homem morto, para não ser tentado pelas ilusões do mundo; a segunda é dar uma de louco, como um pária da sociedade, para que ninguém o leve a sério apesar de você gritar a verdade aos quatro cantos do universo; e a terceira é o famoso exemplo do vergo, mas não quebro, quando alguém encontra suas maiores forças no exato momento em que tudo parece se despedaçar. Steinhardt, depois de sua prisão e de sua conversão, só pode encontrar a verdadeira benção que é a felicidade depois de ter se espelhado nestes três exemplos.


E você, caro leitor, qual exemplo pretende seguir?

quinta-feira, julho 01, 2010

DUCK YOU SUCKER - TRAILER

"Duck, you sucker!" ou "A Fistfull of Dynamite"...

...ou ainda, "Once upon a time in the Revolution".

Pela variedade de títulos dados ao filme, já podemos antever a confusão que envolveu a produção deste que talvez seja o mais profundo filme de Leone.

Ambientada na Revolução Mexicana, "Duck, you sucker!" conta a história de amizade entre Juan Miranda (Rod Steiger) e John Mallory (James Coburn). Dois personagens que irão crescer ao longo da trama e dos acontecimentos da Revolução.

Mas antes, alguns detalhes sobre a produção do filme:

Em primeiro lugar a direção do filme não era inicialmente de Leone. O primeiro nome escolhido foi de Peter Bogdanovich, que abandona o set por razões diversas. Uma delas indica que Leone, apesar de não dirigir o filme, fazia-se presente, e em uma discussão com Bogdanovich, insiste para este que há necessidade de close-ups (marca característica de Leone), Bogdanovich termina a conversa dizendo simplesmente que não gosta da técnica. Outro nome cotado foi o de Sam Peckinpah. Ao final, Giancarlo Santi, que era assistente de direção de Leone, assume o comando, mas logo Coburn e Steiger convencem Sérgio de que ele devia dirigir o filme afinal.

A escolha dos atores também não foi fácil, variando de Jason Robards a Clint Eastwood, o papel de John Mallory terminou com James Coburn (que no ano anterior havia interpretado soberbamente Pat Garrett no filme de Sam Peckinpah - Pat Garret & Billy, the Kid). Para o personagem de Juan Miranda, a escolha inical era de Eli Wallach (Tuco, de The Good, the Bad...), mas com a recusa deste e a pressão do estúdio por um ator mais conhecido, o papel termina nas mãos de Rod Steiger.

Mas o grande problema do filme são acontecem na montagem. Esta termina por cortar várias cenas que eram, ou muito violentas e profanas ou abordavam questões políticas que eram sensíveis à época, o que foi (e é uma pena),. O filme ainda teve exibições com cópias ruins, com lapsos de roteiro gritantes (dois desses lapsos permanecem mesmo na edição restaurada. Existem fotos que mostram as cenas, mas não foi possível a recuperação delas).

Ainda houve uma confusão dos diabos por conta da escolha do títulos, que variou nos EUA de "Duck, you sucker!" a "A Fistfull of Dynamite", o título mais apropriado "Once Upon A Time in the Revolution" foi usado na França.

Voltando à trama:

"Revolution is not a dinner party, nor an essay, nor a painting, nor a piece of embroidery; it cannot be advanced softly, gradually, carefully, considerately, respectfully, politely, plainly, and modestly. A revolution is an insurrection, an act of violence..." Mao Zedong

A história começa apresentando o personagem de Steiger, Juan Miranda, um bandido mexicano que com sua família de pequenos bandidos (é entre o hilário e o assustador que vemos crianças agindo de forma violenta e carregando armas, de forma realista aqui, não com aspecto de paródia como em "Kick-Ass")...mas a família de Miranda, apesar do anarquismo e violência, é a representação máxima da importância do núcleo familiar, dos laços de sangue e de amizade.

Ao final de um assalto, Miranda e sua família ouvem explosões e terminam por encontrar John Mallory, um especialista em explosivos e fugitivo da coroa Britânica por ser ativista do IRA.

Juan e John, ou Johnny & Johnny, formam uma camaradagem entre o cômico e o cínico, um tripudiando do outro e trocando farpas recíprocas, mas durante a trama, ou durante os fatos da Revolução esta amizada irá se aprofundar, e criar laços mais fortes do que uma simples camaradagem.

Logo descobrimos que Mallory está unido com os revolucionários que planejam a destituição de Porfírio Dias, mas suas conversas com Miranda vão mostrando para ele que a realidade e as consequências de uma revolução é outra, não aquela idealizada pelos revolucionários.

Em uma cena onde Mallory discute os ideais da revolução, é Miranda que diz a verdade: "Uma revolução nada mais é que pessoas que sabem ler, dizem as que não sabem, que as coisas tem que mudar! E no final, as pessoas que sabem ler, continuam comendo e bebendo em suas mesas e as que não sabem ler, os pobres, sabe o que acontece com eles? Estão todos mortos!" Afetado por estas palavras, Mallory joga na lama um livro que está lendo "O Espírito Nacionalista" de Michael Bakunin. É uma das cenas mais importantes do filme, onde o "intelectual revolucionário" se dá conta, através do "homem comum", de um "pai de família", que "ideas have consequences".

Mas os acontecimentos da revolução vão engolindo os dois personagens: traições, assassinatos em massa (de ambos os lados do conflito) e tragédias pessoais, vão tornando o filme, inicialmente bem humorado e leve, em sombrio e melancólico. Dos filmes de Leone, este talvez seja aquele que vai mais profundamente na construção trágica dos personagens. É um filme onde, diferente dos outros, as ações trazem consequências, e pessoas e famílias morrem por conta dessas ações.

Outro aspecto importante é que, apesar de Leone afirmar que não era um filme político, não tem como não perceber sua intenção em derribar o "Mito da Revolução", mostrando que nada de bom pode acontecer em uma revolução, não há redenção, não há heróis, nada resta de sagrado ou familiar. Há apenas, uma violência, por vezes descontrolada, por vezes mecanizada e assustadoramente repetitiva.

Ao terminar o filme, com estupor, percebemos que o que importa nesta vida pode ser resumido em três coisas: amizades, família e religião. E que ao perdermos tudo isso, só nos resta perguntar "Que farei agora?"

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A edição que assisti é a edição restaurada de em 157 minutos que a MGM lançou em DVD em 2007.

Esta edição trás cenas inéditas que foram inseridas na trama, entre elas, uma espetacular sequência de assassinatos em massa que ecoa toda a tragédia dos genocídios do Séc. XX.

Infelizmente duas cenas cruciais para a trama não foram encontradas...uma que mostrava o personagem de Coburn sendo torturado por um dos filhos de Miranda (ele é obrigado a andar pelo deserto, como Tuco faz com Blondie em "The Good, the Bad...) e outra, talvez a mais importante, onde um dos cabeças dos revolucionários, Doutor Villega, é torturado e entrega seus amigos, causando mortes que irão afetar os personagens profundamente.

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Sobre as consequências e tragédias provocadas pelas revoluções, recomendo assisitir a três outros filmes: "Marie Antoniette" de Sofia Coppola, "A inglesa e o duque" de Eric Rohmer, e não sendo uma revolução, mas uma guerra civil, não há melhor paralelo para "Suck, you duck!" do que o filme "Shenandoah" de 1965, filme de Andrew McLaglen, com James Stewart no papel de um chefe de uma família no estado da Virgínia que é engolida pela "Guerra entre os Estados". Mas aqui, ao contrário do filme de Leone, há esperança ao final.

terça-feira, junho 29, 2010

A Fistful of Dollars - prologue

For a Few Dollars More trailer

A Fistful of Dollars Opening Credits

...e alguns pensamentos sobre "A Few Dollars More"

"Where life had no value, death, sometimes, had it's price"...e assim nascem os caçadores de recompensa! Com esta frase, Leone abre seu segundo Western com Clint Eastwood (em um papel que quase foi de Lee Marvin). Mas se no primeiro, Eastwood é o personagem central, aqui ele divide a cena com Lee Van Cleef, no papel do Coronel Douglas Mortimer, um caçador de recompensas.

O vilão do filme é interpretado por Gian Maria Volante, no papel de El Indio, personagem que, apesar de sua violência e amoralidade, é perseguido pela morte de uma mulher enquanto ele a violentava. Esta culpa faz com que o personagem transcenda a simples "vilania", ao fim percebemos que El Indio está desde o ínicio buscando punição pela morte dessa mulher. El Indio ganha tons shakespearianos na interpretação de Volante.

Algumas curiosidades: O personagem de Eastwood tem nome! Ele chama-se Manco, mas a UA na época do lançamento do filme nos EUA cortou a cena em que era dito o nome dele, para assim manter a pecha "O homem sem nome".

Klaus Kinski trabalha no filme como um corcunda que faz parte do bando de El Indio.

O duelo circular, tão conhecido em "The Good, The Bad and The Ugly", teve sua primeira versão neste filme.

Tanto em "A Fistfull of Dollars", quanto em "A Few Dollars More", há referências, explícitas ou não, a ausência de moralidade no universo criado por Leone.

Uma dessas cenas é a reprodução da Santa Ceia em "A Fistfull...", onde os bandidos mexicanos se locupletam em bebida e comida, e em "A Few Dollars..." o discurso de El Indio, em uma igreja tomada pelos bandidos, onde ele conta a história de um "carpinterio".

Algumas idéias sobre "A Fistfull of Dollars"

Curiosidades...já repararam que o personagem de Eastwood, chega montado em uma mula, é torturado, se esconde em caixão, passa uns dias em uma mina (caverna), volta e restaura a ordem na cidade e mais, a principal personagem feminina, Marisol, é casada com um José e tem um filho chamado Jesus.

Falam do cinismo do personagem, mas acredito que ele só se mete na história da cidade pq logo no início do filme, ele vê um dos vilões (adoro essa palavra), atirar em uma criança...isto é, a violência contra os inocentes é algo que não deve ser tolerada, nem mesmo por um wayfaring stranger, que inicialmente, não teria nada a ganhar naquela situação. Salvo um punhado de dólares.

E isto vocêss não sabem mesmo: Em 1977 foi produzido um prólogo para o filme que justificasse a violência do personagem de Eastwood. Isso foi feito para que o filme pudesse passar na TV americana na época. Hilarious! Usaram um dublê para fazer o papel do Eastwood e o Warren Dean Stanton é o cara que dá a missão de limpar a cidade para ele.

E mais, apesar de ser conhecido como "The Man With no Name", o personagem de Eastwood tem nome (ou é apelidado) de Joe. Quem o chama assim é o velhinho que faz caixões e enterra os mortos na cidade. No script, o personagem é chamado de Joe, the stranger.

domingo, abril 11, 2010

Uma boa e nova editora.



Há futuro para o pensamento conservador no Brasil?

Melhor dizendo: Para que o Brasil possa ter uma real presença na História, é mais que necessário uma nova elite intelectual. Responsável, capaz, integralmente voltada para a análise do Homem em sua concretude antropológica, isto é, seus defeitos e nuances, seus pecados e redenções, sua relação com Deus e com a filosofia, por fim, a construção real e política dessa elite é mais que necessária, é urgente.

Para tanto, é mais que necessário o trabalho e a publicação de obras que ajudem, ensinem e discutam esses assuntos sob uma perspectiva conservadora, algo que há dez, quinze anos atrás, parecia impossível de existir.

Mas o Espírito sopra onde quer e onde menos se espera. Nos últimos anos temos observado o surgimento de editoras e a publicação de autores importantes para o renascimento do conservadorismo no Brasil: Eric Voegelin, Constantin Noica, Rene Girard, a revista Dicta & Contradicta, etc.

E neste início de década, com imenso prazer vejo surgir mais uma editora que busca resgatar e elevar o debate intelectual no país.

Falo da CEDET Editora, que acaba de lançar através de seus dois selos (Vide Editorial e Ecclesiae) obras que considero de suma importância divulgar.

Marxismo e Descendência do pensador Antônio Paim, é um estudo do pensamento marxista e sua inflência, distorções e aplicaçãos nas esferas políticas, culturais e intelectuais desde sua origem.

A série Teologia das Fontes, do Padre Paulo Ricardo, é um pequeno curso de seis aulas sobre temas fundamentais da Teologia. Uma preciosidade neste país escasso de discussões religiosas relevantes e profundas.

Ressalto aqui a importância do trabalho e da visão de seu editor, César Kyn D' Ávila. Através de seu esforço pessoal, de sua responsabilidade como empresário (responsabilidade intelectual e espiritual, não aquela bobagem tão acalentada nos dias de hoje e chamada de "responsabilidade social"), que vemos o surgimento da CEDET.

Espero que o exemplo dele seja seguido por outros empresários. E que a editora cresça e seja mais um motivo para termos esperança neste país tão pobre de idéias.

quarta-feira, março 31, 2010

Mais Voegelin no Brasil!

A gente insiste:


a É Realizações faz um bem danado, editando livros de primeira grandeza neste Brasil varonil.

Mas que se fomos contar com a divulgação deles....ô amadorismo...bom, mas ao que interessa:


Vem aí mais dois livros no cânone voegeliano;


a reedição de “A filosofia civil de Eric Voegelin”, de Mendo Castro Henriques (que eu saiba, editada apenas em Portugal) e “A revolução Voegeliniana” de Ellis Sandoz (Sandoz foi discípulo de Voegelin e atualmente é um dos seus maiores herdeiro intelectuais, tendo lançado outros livros que esperamos, seja traduzidos.)

Ocorrerá na sede da É Realizações, sita na rua França Pinto, n.º 498, São Paulo, Capital (fone: 11 55 72 53 63), no dia 08 de Abril de 2010, quinta-feira, às 19:00 horas o lançamento dos livros com uma palestra de apresentação de ambos os livros, pelo professor Mendo Castro Henriques, com início às 20:00 horas.

quarta-feira, março 17, 2010

St. Patrick's Breastplate - Happy St. Patrick's Day, you drunken christians!


I arise today

I bind to myself today
The strong virtue of the Invocation of the Trinity:
I believe the Trinity in the Unity
The Creator of the Universe.

I bind to myself today
The virtue of the Incarnation of Christ with His Baptism,
The virtue of His crucifixion with His burial,
The virtue of His Resurrection with His Ascension,
The virtue of His coming on the Judgement Day.

I bind to myself today
The virtue of the love of seraphim,
In the obedience of angels,
In the hope of resurrection unto reward,
In prayers of Patriarchs,
In predictions of Prophets,
In preaching of Apostles,
In faith of Confessors,
In purity of holy Virgins,
In deeds of righteous men.

I bind to myself today
The power of Heaven,
The light of the sun,
The brightness of the moon,
The splendour of fire,
The flashing of lightning,
The swiftness of wind,
The depth of sea,
The stability of earth,
The compactness of rocks.

I bind to myself today
God's Power to guide me,
God's Might to uphold me,
God's Wisdom to teach me,
God's Eye to watch over me,
God's Ear to hear me,
God's Word to give me speech,
God's Hand to guide me,
God's Way to lie before me,
God's Shield to shelter me,
God's Host to secure me,
Against the snares of demons,
Against the seductions of vices,
Against the lusts of nature,
Against everyone who meditates injury to me,
Whether far or near,
Whether few or with many.

I invoke today all these virtues
Against every hostile merciless power
Which may assail my body and my soul,
Against the incantations of false prophets,
Against the black laws of heathenism,
Against the false laws of heresy,
Against the deceits of idolatry,
Against the spells of women, and smiths, and druids,
Against every knowledge that binds the soul of man.

Christ, protect me today
Against every poison, against burning,
Against drowning, against death-wound,
That I may receive abundant reward.

Christ with me, Christ before me,
Christ behind me, Christ within me,
Christ beneath me, Christ above me,
Christ at my right, Christ at my left,
Christ in the fort,
Christ in the chariot seat,
Christ in the poop.

Christ in the heart of everyone who thinks of me,
Christ in the mouth of everyone who speaks to me,
Christ in every eye that sees me,
Christ in every ear that hears me.

I bind to myself today
The strong virtue of an invocation of the Trinity,
I believe the Trinity in the Unity
The Creator of the Universe. Through a mighty strength, the invocation of the Trinity,
Through a belief in the Threeness,
Through confession of the Oneness
Of the Creator of creation.

I arise today
Through the strength of Christ's birth and His baptism,
Through the strength of His crucifixion and His burial,
Through the strength of His resurrection and His ascension,
Through the strength of His descent for the judgment of doom.

I arise today
Through the strength of the love of cherubim,
In obedience of angels,
In service of archangels,
In the hope of resurrection to meet with reward,
In the prayers of patriarchs,
In preachings of the apostles,
In faiths of confessors,
In innocence of virgins,
In deeds of righteous men.

I arise today
Through the strength of heaven;
Light of the sun,
Splendor of fire,
Speed of lightning,
Swiftness of the wind,
Depth of the sea,
Stability of the earth,
Firmness of the rock.

I arise today
Through God's strength to pilot me;
God's might to uphold me,
God's wisdom to guide me,
God's eye to look before me,
God's ear to hear me,
God's word to speak for me,
God's hand to guard me,
God's way to lie before me,
God's shield to protect me,
God's hosts to save me
From snares of the devil,
From temptations of vices,
From every one who desires me ill,
Afar and a near,
Alone or in a multitude.
I summon today all these powers between me and evil,
Against every cruel merciless power that opposes my body and soul,
Against incantations of false prophets,
Against black laws of pagandom,
Against false laws of heretics,
Against craft of idolatry,
Against spells of women and smiths and wizards,
Against every knowledge that corrupts man's body and soul.
Christ shield me today
Against poison, against burning,
Against drowning, against wounding,
So that reward may come to me in abundance.

Christ with me, Christ before me, Christ behind me,
Christ in me, Christ beneath me, Christ above me,
Christ on my right, Christ on my left,
Christ when I lie down, Christ when I sit down,
Christ in the heart of every man who thinks of me,
Christ in the mouth of every man who speaks of me,
Christ in the eye that sees me,
Christ in the ear that hears me.

I arise today
Through a mighty strength, the invocation of the Trinity,
Through a belief in the Threeness,
Through a confession of the Oneness
Of the Creator of creation

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

O poder da memória e do conhecer.

Está na hora de conhecer Vladimir Bukovsky, dissidente político do antigo regime soviético. Que passou doze anos em prisões soviéticas, campos de trabalhos forçados e, o mais assustador, hospitais psiquiátricos para receber "tratamento" mental e curar-se de sua oposição.

Com toda essa experiência sob o regime comunista, ele escreve um artigo
lúcido (e preocupante) para o CATO Institute, onde discute a volta (que nunca deixou de ser) ao espírito totalitarista/comunista na Russia atual, a guerra que nunca houve entre os regimes democráticos do Ocidente e o regime comunista Soviético (vocês acham que o Ocidente venceu a parada?), a sovietização/burocratização da Europa (não são só os muçulmanos que ameaçam o velho continente. Os Europeus adoram brincar com fogo...), e last but not least os motivos que levaram os regimes Ocidentais a não abrirem os arquivos soviéticos e julgarem o regime comunista, mantendo assim, a aura de respeitabilidade humana que permanece até hoje (alguém chuta o motivo? uma dica, a colaboração ideológica dos partidos de esquerda do Ocidente e a União Soviética é um bom começo para entender o imbroglio.)

Um artigo que deve ser lido. Clique - DISSIDENTE - e boa leitura.

See ya, folks!


quarta-feira, fevereiro 17, 2010

The Mount Vernon Statement

Acaba de ser divulgado o texto - The Mount Vernon Statement.

Conforme disse antes, o manifesto é a ação mais recente contra o politicamente correto, o inchaço do governo americano e uma carta de príncipios para todos os conservadores da América.

Nas palavras dos próprios articuladores do documento, os motivos que levaram a elaboração do texto:

"In light of the challenges facing the country and the need for clarity in the age of Obama, The Mount Vernon Statement, modeled on the Sharon Statement issued on Sept. 11, 1960, is a defining statement of conservative beliefs, values and principles penned by a broad coalition of conservative leaders representing a wide spectrum of the movement including fiscal, social, cultural and national security conservatives"

Vocês podem ler o documento na íntegra, clicando - THEMOUNTVERNONSTATEMENT .

Agora é aguardar a repercusão do texto.

See ya, folks.

A manipulação da ciência.

A primeira vez que ouvi alguém comentar sobre a manipulação da ciência para fins políticos ou financeiros foi em uma aula do filósofo Olavo de Carvalho.

Nesta aula, o professor explicava que a ciência tem um ideal de conhecimento e pretende ter uma validade, mas que também tinha um lado; ela é uma profissão, um meio de sustento para várias pessoas. E que entre este ideal e a prática dele há uma tensão permanente. Um erro metodológico embutido em uma investigação que gerou carreiras, departamentos inteiros de faculdades e até políticas públicas, é muito difícil de ser corrigido. Difícil não por uma questão de lógica, mas por causa do fator humano que envolve a pesquisa. Por exemplo: Se eu tenho um emprego em um instituto de pesquisa que defende a idéia do aquecimento global, quem irá garantir que irei divulgar dados que negam o próprio objeto de minha pesquisa, ou melhor, renda?

Pois bem, isso já faz um bom tempo e, para atualizar o debate, recomendo a leitura de um artigo escrito por George Avery, para o CATO INSTITUTE. O artigo, intitulado Scientific Misconduct, revela as pressões impostas pelo governo americano (ou outros agentes não-governamentais) nas pesquisas sobre o aquecimento global e o sistema de saúde do país. Pressões que, deixo claro, favorecem uma maior intervenção do Estado na vida das pessoas.

Ah, só para constar...o artigo foi inspirado fortemente no caso Climagate, aquele que muitos ainda consideram irrelevante, mas que vem causando fortes estragos na causa ambientalista.

See ya, folks!

Depois do chá...

Comentei à época da eleição de Obama, que a vitória do candidato Democrata, apesar de infeliz, não seria o fim dos Estados Unidos, que as bases democráticas do país iriam perseverar.

Hoje, vemos o nascimento (ou renascimento) dos Tea Party, a força da Internet na divulgação e interpretação dos fatos com bases conservadoras, o surgimento de novos líderes no partido Republicano, a força de editoras que publicam pensadores do pólo conservador, a volta ao mundo real de boa parte da população americana (detalhes aqui), o movimento ambientalista sofreu um baque tremendo com o Climagate (comentarei mais no próximo post) e por fim, as tropas americanas ainda estão no Iraque!. Ao que parece, a América não desistiu da briga.

E para estremecer mais ainda os esquerdistas, democratas, ambientalistas, engenheiros sociais travestidos de professores, ocorrerá hoje em Collingwood em Alexandria, Va. um encontro com as principais vozes conservadoras do país.

O encontro irá lançar o que vem sendo chamado de Mount Vernon Statement, um manifesto que tem a marca de uma nova era no debate americano. Especialmente para mostrar ao Partido Republicano que este, para sobreviver, deve voltar às suas raízes, e não ser apenas um espelho do Democrata.

O documento será publicado hoje, mas trechos revelam o tom federalista do encontro:

“In recent decades, America’s principles have been undermined and redefined in our culture, our universities and our politics,”

“The self-evident truths of 1776 have been supplanted by the notion that no such truths exist. The federal government today ignores the limits of the Constitution, which is increasingly dismissed as obsolete and irrelevant.


“Some insist that America must change, cast off the old and put on the new,” says the statement. “But where would this lead--forward or backward, up or down? Isn’t this idea of change an empty promise or even a dangerous deception?”

“The change we urgently need, a change consistent with the American ideal, is not movement away from but toward our founding principles.”

Para saber quem vai estar lá, de onde surgiu a idéia e quais são os próximos passos, basta clicar - Mount Vernon Statement.

E amanhã, assim que possível, divulgarei a carta aqui, no ainttalkin.

See ya, folks!

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Cuidado com a Greenstapo!

Mark Steyn, em artigo no IBD faz algumas considerações importantes sobre nossos novos "hábitos": reciclar lixo, abolir o uso de sacolas plásticas no supermercado, dirigir veículos "verdes", etc...

Mas confesso que ponho o link aqui por conta da expressão - Greenstapo - a melhor caracterização dos ecologistas cunhadas até agora.

Leiam.

The Greenstapo is watching you
!

Aborto = Genocídio

Toda vez que vejo o beautiful people defendendo o direito ao aborto estremeço. Não pela defesa deste suposto "direito" das mulheres, mas porque não é possível que ainda haja tanta ignorância sobre as consequências nefastas da prática deste, ainda mais quando defendida como política pública do Estado.

O caso dos Estados Unidos é exemplar: Estima-se que em 2006 foram realizados 1.6 milhões de abortos no país, destes, 40% (isto é, um total de 462.000) foram de crianças negras. Em números, já que é destes que todos gostam; a população negra nos EUA representa 13,4% do total. Isto é genocídio, puro e simples, mas defendido como parte fundamental dos "direitos humanos" .

A Planned Parenthood, é a organização responsável pelas "conquistas" abortistas nos EUA (e que são exportadas para outros países). Suas origens remontam ao século 19, e tem na "visionária" Margaret Sanger a principal voz, à epóca, na defesa de políticas de controle populacional, políticas essas que visavam a redução do nascimento de negros no país e que hoje, mostram-se eficazes ao extremo. A ligação entre Margaret Sanger e cientistas eugenistas no país são conhecidos de larga data, só enfiando a cabeça na terra para não perceber as implicações destas políticas.

Importante acentuar que, aplicadas no Brasil, com maior população negra que os EUA, teríamos consequências ainda mais destruidoras e monstruosas. Eis um caso claro, onde a defesa de uma suposta emancipação ou direito de uma parcela da população, carrega em si consequências devastadoras para outra.

Para saber mais sobre essa tragédia americana, acessem o site - TOOMANYABORTED - e pensem bem antes de proclamarem-se arautos deste "direito" homicida.

Três livros para entender o Oriente Médio




Três livros, escritos em tempos diferentes (o primeiro é de 1989, o último foi lançado em Janeiro passado), ajudam a compreender o Oriente Médio e e sua cultura, mostrando as diversas forças que moldam as ações e as idéias daquela parte do mundo que tanto preocupa e aterroriza o Ocidente

Desde as relações de poder que consistem em uma série de indivíduos procurando autoridade como um fim em si mesmo; onde aqueles que ganham governam despóticamente, aqueles que falham perecem em prisões. A busca por riquezas que criam castas intransponíveis entre pobres e ricos. Vergonha e honra que dominam a vida privada, especialmente nos relacionamentos entre homens e mulheres.

O sistema de relações tribais que faz com que as relações familiares sejam fortes e levem a uma gradual e consistente visão do mundo que pode ser resumida assim: "Eu sou contra meu irmão, eu e meu irmão somos contra nossos primos, eu meus irmãos e meus primos somos contra o mundo."

Por fim, a visão árabe expressa nas palavras de Osama Bin Laden: ""When people see a strong horse and a weak horse, by nature, they will like the strong horse." Que levada ao pé da letra mostra que o Ocidente só será respeitado se possuir determinação e poder real em suas ações.

As interpretações acima são, respectivamente dos livros The Closed Circle (David Pryce-Jones), Culture and Conflict in the Middle East (Philip Carl Salzman) e The Strong Horse (Lee Smith).

Tribalismo, culto à Morte, autoridade despótica, unidade religiosa...não há solução simples para as relações dos países Ocidentais com o Oriente Médio (especialmente o papel dos EUA), mas uma coisa é certa: Rebaixar-se ao papel de "pangaré" não é a melhor saída para o Ocidente.

As origens de "Pandora".

Esqueçam o idílico planeta Pandora e seus smurfs gigantes...se quiserem conhecer a "harmonia" com a natureza, os "direitos" dos animais, e tudo que é defendido no discurso ambientalista atual em nome da "Mãe Terra", basta olhar para nosso passado recente. Mais específicamente naquele país no meio da Europa que tanto buscou o bem público, a saúde (exercícios, anti-tabagismo, etc...), a integração com a Terra e, last but not least, a eliminação sistemática daqueles que não se adequavam às leis naturais.

Estamos falando aqui da Alemanha Nazista, que como mostra Mark Musser em artigo para o AIM, aplicou profundamente seu projeto de proteção ambiental e dos animais (os nazis foram os primeiros a mostrar cenas de morte de animais como sendo cruéis e que essas práticas "assassinas" deviam ser , evitadas ou expurgadas pelo Estado mais Politicamente Correto da História). Na verdade, foi tão fundo na coisa que terminou por inverter o próprio significado da vida. Resumindo: Tratem com humanamente as vacas, os judeus como gado.

Para quem já domina o inglês, basta ler o artigo clicando - Blood Green - see ya, folks.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Big Sister Is Watching You

Pelo visto o debate sobre Ayn Rand é antigo, e para provar isso escarafunchei um artigo de 1957 escrito por nada mais nada menos que Whittaker Chambers.

E caros, não se enganem, por trás de tudo aquilo que Miss Ayn Rand e nós podemos ter em comum, no fundo o que ela enxerga é apenas a boa e velha "luta de classes".

Fiquem com o texto de Chambers clicando FLASHBACK.

P.S. para quem não sabe quem foi Whittaker Chambers, por favor, leiam Witness, testemunho pessoal de Chambers sobre seus anos como espião soviético nos EUA.

E lá se vão vinte anos!

James Bowman em artigo na New Criterion, "celebra" os vinte anos do termo "politicamente correto" no vocabulário popular.

E vai direto ao ponto: a expressão politicamente correto, é uma contradição. Na verdade, é a própria morte da politica - no sentido democrático - que por definição pressupõe diferença, divisão e partidarismo. Se apenas um dos lados é o "correto" , e o outro "incorreto", não há mais debate possível.

Para ler o artigo completo, basta dar um clique aqui.

sábado, fevereiro 06, 2010

99 anos do nascimento de Ronald Reagan - Happy Birthday, cowboy!

O melhor modo de evitar a AIDS (e o Globalistas odeiam!)

O conselho vem do primeiro ministro de Uganda, Martin Ssempa, e é pratico, simples e não custa nada.

"HIV/AIDS is not an allergy. It is not a gay disease. It is not a badge of honor. It is a cold-blooded, indiscriminating killer that can only be stopped by a proven solution--abstinence until marriage and faithfulness within marriage."

Uganda, como vocês devem ter lido aqui, tem sofrido sérios ataques da administração Obama (especialmente de Hillary Clinton) e já há um forte esforço globalista para que o país não receba mais ajuda internacional, tornando-se assim, um pária entre as nações. Tudo por conta de uma série de leis e medidas que criminalizam a sodomia envolvendo crianças e que visam conter o avanço do vírus da AIDS.

Para saber mais, leiam novo artigo de Cliff Kincaid no AIM


A busca da identidade masculina e o Islã.

Raymond Ibrahim, em artigo no Middle East Forum, aponta os motivos que levam ocidentais (especialmente aqueles que estão atrás das grades) a se converterem ao Islamismo.

A resposta: os ideais masculinos do Islã e uma inequívoca condenação da homossexualidade.

Intrigado? - acesse - MEF - e leia o artigo em inglês (sorry, kids)

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Avatar

Depois de muito enrolar, decidi assitir ao "filme" Avatar hoje.

Era para eu escrever um texto aqui no blog, falando sobre o "filme", o enredo, os diálogos, a avançada tecnologia 3D e dos ridículos óculos que somos obrigados a usar para mergulhar no filme...mas depois de 25 minutos na sala, comecei a sentir meus neurônios falharem, morrerem mesmo, e só em estado comatoso consegui achar alguma graça na megalomania de James Cameron, que gastou milhões de dólares em efeitos especiais mas não conseguiu achar UM roteirista sequer, unzinho que fosse, para escrever um história decente!!!!

Eu podia até escrever mais coisas, mas já perdi 3 horas vendo aquele troço, não vou perder mais escrevendo sobre o ego do Cameron.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Filmes, filmes e mais filmes.

Já que nos últimos tempos tenho tentado ao máximo evitar contato com o mundo exterior ao meu apartamento, um cafofo de três quartos, sala, cozinha e banheiro, entulhado de livros, filmes,três violões, mas só um decente, centenas de quadrinhos e maços de cigarro, uma geladeira que não funciona já há mais tempo do que deveria, fico aqui, vendo filmes, ouvindo música e bom, escrevendo neste blog.

Então vamos lá...quatro filmes (já que não estou com saco para ir ao cinema, hábito que pretendo voltar a praticar esta semana) que assisti neste fim de semana chuvoso, aliás, parece que já chove em São Paulo há 35 (correção, 36) dias seguidos!!

O primeiro - Intrigas de Estado/State of Play - filme dirigido por Kevin MacDonald, o mesmo que fez um excelente trabalho em "O Rei da Escócia". Não chega a ser surpreendente a história de um jornalista (interpretado de forma preguiçosa por Russel Crowe) que, do nada, encontra-se envolvido em uma história de corrupção, intriga, sexo e corrupção (eu já escrevi essa palavra...pra vocês verem como esses roteiros se repetem!) nos bastidores de uma investigação em Washington conduzida por um deputado (Ben Affleck, ruim de dar dó!) que enfrenta uma grande corporação (criativo, né?) militar.

O interessante no filme (baseado em uma série da BBC de 2003) é o papel que a imprensa (principalmente os jornais impressos) possuem nos EUA. Desacreditados, vilipendiados, o filme tenta recuperar a imagem dos grandes jornais e de seus jornalistas. Há, descaradamente a acusação de que a internet preocupa-se mais com os escândalos sexuais e de celebridades do que com a busca por fatos, isto é, a verdade. Há até uma fala, no final do filme, quando finalizada a matéria, que esta deve ser lida impressa, pois possui mais peso assim.

Essa é a leitura fácil do problema, há de se convir que, parte do descrédito dos grandes jornais americanos é justamente sua falta de objetividade. Mas essa análise fica para outra hora.

O interessante no filme é que, apesar de ser a velha denuncia às grandes corporações, descobrimos ao final que os grandes males do mundo, são frutos de indíviduos. Isso salva a trama de ser um fiasco completo.

Partimos então para o drama/comédia - A Lula e a Baleia/The Squid and the Whale - dirigido por Noah Baumbach, que pode considerar-se um herdeiro de Woody Allen, não só pelo humor agridoce, mas também por usar a cidade de Nova Iorque como persongem do filme, retratada aqui nos anos idos anos 80. Também salta aos olhos a referência a Allen na construção do personagem de Jeff Daniels, um escritor fracassado que "ensina" ao filho mais velho (o excelente Jeff Esenberg) os caminhos para ser um "intelectual", um homem melhor do que os filisteus que habitam o mundo comum.

Está lançada a base da história, que faz do filho predileto de Daniels um plagiador, um pseudo-leitor (que só comenta os livros com base no que seu pai diz, sem nunca se preocupar em lê-los), uma mãe que busca nos filisteus o prazer e a companhia que seu marido já não dá e que torna o filho mais novo em um bêbado e viciado em masturbação. Tudo isso contado com humor e sensibilidade. Um excelente filme de formação (para quem não sabe, um filme que conta a passam da vida infantil para a vida adulta) e pena que não o vi antes de viajar para Nova Iorque ano passado, teria admirado mais a lula e a baleia no museu de história natural.

Partamos para o terceiro - O Lobo da Estepe/Steppenwolf - filme de Jaroslav Bradac, inspirado no romance homônimo de Herman Hesse.

Em poucas palavras: coitado do Max Von Sydow! Um daqueles filmes pseudo-cabeça feitos na década de 70 que tentavam subverter a linguagem cinematográfica e tornaram-se - tá-da!! - um troço boçal, chato, cansativo e, last but not least, ultrapassado! A única coisa que salva o filme é saber que o David Lynch talvez não seja tão genial assim. (Há uma cena ótima no filme A Lula e a Baleia, onde os personagens de Daniels e Esenberg vão ao cinema com suas respectivas namoradas, assistir Blue Velvet, e bom, dá para repensar a importância de Lynch para o cinema)

E por fim - REC - filme de terror espanhol, dirigido por Jaume Balaguero e Paco Plaza, que gerou um remake fast-food, chamado Quarentena (que tem a irmã do famigerado Dexter no papel principal, a, bonitinha-esquisita-gostosinha,
Jennifer Carpenter). O filme é tão assustadoramente bom que a refilmagem é praticamente, como diria o Zé do Caixão, uma cópia quadro a quadro do original.

A premissa é simples (e é inspirada, com certeza, em Extermínio, do Danny Boyle), uma jornalista e seu cameraman vão acompanhar um grupo de bombeiros durante a noite espanhola, quando uma chamada aparentemente comum os leva a um prédio onde eles irão descobrir que...bom, se não viram, não vou estragar, mas aviso: mesmo já tendo visto a versão americana, dá um medo do cão!

Ah, na versão espanhola há um detalhe bem interessante; o paciente zero, digamos, é uma vítima de possessão demoníaca. Scary monsters!!!




domingo, janeiro 24, 2010

Gostas do Dylan, gostas de banda desenhada?


...então não perca a oportunidade de ler o álbum que junta treze artistas de quadrinhos que, inspirados pelo "fanho", desenham, reinventam e abrem novas formas de "ouvir" as canções de Dylan.

Talvez os mais ávidos folheiem rápidamente o álbum para ver o trabalho de Dave McKean (o famoso ilustrador das capas do Sandman) e sua visão de "Desolation Row", mas chamo a atenção para Fraçois Avril, que é quase cinematográfico em "Girl From the North Country" e nos quatro painéis que Zep fez inspirados em "Not Dark Yet".

Ah, o nome do quadrinho é Bob Dylan Revisited e o único senão é não ser acompanhado por um cd com as músicas que inspiraram os artistas. Mas isso é coisa de fã neurótico!