terça-feira, outubro 14, 2008

As eleições americanas

Pois bem, vamos lá comentar as eleições mais discutidas do planeta.

Temos um presidente que apresenta um dos mais baixos indíces de popularidade da história americana (injustamente na minha opinião), uma guerra que sempre foi motivo de controvérsia, uma crise econômica que arrasta todos para um buraco sem fim (podem esperar sentados meus caros, o capitalismo não vai acabar), um canditato adorado pela maior parte da imprensa (americana, européia e terceiro-mundista), um outro candidato que tem sido atacado, massacrado, ridicularizado por esta mesma imprensa, uma candidata a vice-presidência que sofreu os maiores ataques à sua vida pessoal jamais vistos (lição aprendida e posta em prática nas eleições para prefeito em São Paulo pelo PT).

Ufa! com tudo isso a eleição está garantida para Obama, ou não?

O IBD acaba de soltar sua pesquisa sobre a eleição e diferente do que tem sido anunciado aos quatro cantos do mundo (Obama estaria 10% à frente de McCain e a eleição portanto definida) os números do IBD/TIPP mostram que essa diferença é de apenas 2%. Sim, apenas dois pontos percentuais separam os dois candidato, isto é, há um empate técnico entre os dois.

Com a perspectiva da crise econômica amainar nas próximas semanas e o notíciario voltar ao normal, sem o Apocalipse ter acontecido, é bem razoável que McCain consiga reverter o jogo. Afinal TODOS sabem que o ungido não é a melhor escolha para os EUA em todos os aspectos, menos, óbvio, para a imprensa e certos "intelequituais", que além de não enxergarem um palmo de realidade, ainda fazem de tudo para fazer-nos engolir o seu mundo-como-idéia.

Portanto meus caros, não se surpreendam se depois do dia 2 de novembro, a América escolher McCain. Aí é só aguardar o chororô.

p.s. para ver a imagem em detalhes, basta clicar em cima dela.

Um comentário:

Zé Luis disse...

Como lhe disse outro dia, Putin é o melhor cabo eleitoral de McCain. Mudando de clave, no entanto, tenho notado que o debate acerca dos valores morais e éticos estão fora da campanha. Isso, é claro, para mim que não leio bem em inglês e estou a mercê do noticiário local. A economia pesa, mas os americanos mostraram ao longo da História que possuem um senso ético um pouco mais apurado que o resto da humanidade, o século XX que o diga, em especial. O que está em jogo na eleição é esta herança bendita. Por isso que McCain insiste com razão em seu passado guerreiro. Em geral, porém, não há imagem de lealdade, coragem e bravura na alma de um jovem universitário brasileiro. A figura do herói foi sempre malquista, renegada até, e mesmo Tiradentes acaba sendo abusado e distorcido. Tivemos pracinhas mas ninguém se lembra de que participamos de uma luta pela liberdade. Por isso, a retórica de McCain não surte efeito aqui, enquanto o "change" age como verdadeiro canto da sereia. "O espírito revolucionário acorda no seio de uma ordem já meio desintegrada onde normas e restrições se estão a decompor enquanto, pelo contrário, as rivalidades se exacerbam. A mística revolucionária origina-se nas vítimas desta situação, os maníacos do obstáculo que imputam a responsabilidade do seu próprio mau estar aos limites que impõe tradicionalmente a ordem social ao comportamento individual." (René Girard in A Voz Desconhecida do Real. Piaget: Lisboa, s/d.)