quarta-feira, janeiro 27, 2010

Avatar

Depois de muito enrolar, decidi assitir ao "filme" Avatar hoje.

Era para eu escrever um texto aqui no blog, falando sobre o "filme", o enredo, os diálogos, a avançada tecnologia 3D e dos ridículos óculos que somos obrigados a usar para mergulhar no filme...mas depois de 25 minutos na sala, comecei a sentir meus neurônios falharem, morrerem mesmo, e só em estado comatoso consegui achar alguma graça na megalomania de James Cameron, que gastou milhões de dólares em efeitos especiais mas não conseguiu achar UM roteirista sequer, unzinho que fosse, para escrever um história decente!!!!

Eu podia até escrever mais coisas, mas já perdi 3 horas vendo aquele troço, não vou perder mais escrevendo sobre o ego do Cameron.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Filmes, filmes e mais filmes.

Já que nos últimos tempos tenho tentado ao máximo evitar contato com o mundo exterior ao meu apartamento, um cafofo de três quartos, sala, cozinha e banheiro, entulhado de livros, filmes,três violões, mas só um decente, centenas de quadrinhos e maços de cigarro, uma geladeira que não funciona já há mais tempo do que deveria, fico aqui, vendo filmes, ouvindo música e bom, escrevendo neste blog.

Então vamos lá...quatro filmes (já que não estou com saco para ir ao cinema, hábito que pretendo voltar a praticar esta semana) que assisti neste fim de semana chuvoso, aliás, parece que já chove em São Paulo há 35 (correção, 36) dias seguidos!!

O primeiro - Intrigas de Estado/State of Play - filme dirigido por Kevin MacDonald, o mesmo que fez um excelente trabalho em "O Rei da Escócia". Não chega a ser surpreendente a história de um jornalista (interpretado de forma preguiçosa por Russel Crowe) que, do nada, encontra-se envolvido em uma história de corrupção, intriga, sexo e corrupção (eu já escrevi essa palavra...pra vocês verem como esses roteiros se repetem!) nos bastidores de uma investigação em Washington conduzida por um deputado (Ben Affleck, ruim de dar dó!) que enfrenta uma grande corporação (criativo, né?) militar.

O interessante no filme (baseado em uma série da BBC de 2003) é o papel que a imprensa (principalmente os jornais impressos) possuem nos EUA. Desacreditados, vilipendiados, o filme tenta recuperar a imagem dos grandes jornais e de seus jornalistas. Há, descaradamente a acusação de que a internet preocupa-se mais com os escândalos sexuais e de celebridades do que com a busca por fatos, isto é, a verdade. Há até uma fala, no final do filme, quando finalizada a matéria, que esta deve ser lida impressa, pois possui mais peso assim.

Essa é a leitura fácil do problema, há de se convir que, parte do descrédito dos grandes jornais americanos é justamente sua falta de objetividade. Mas essa análise fica para outra hora.

O interessante no filme é que, apesar de ser a velha denuncia às grandes corporações, descobrimos ao final que os grandes males do mundo, são frutos de indíviduos. Isso salva a trama de ser um fiasco completo.

Partimos então para o drama/comédia - A Lula e a Baleia/The Squid and the Whale - dirigido por Noah Baumbach, que pode considerar-se um herdeiro de Woody Allen, não só pelo humor agridoce, mas também por usar a cidade de Nova Iorque como persongem do filme, retratada aqui nos anos idos anos 80. Também salta aos olhos a referência a Allen na construção do personagem de Jeff Daniels, um escritor fracassado que "ensina" ao filho mais velho (o excelente Jeff Esenberg) os caminhos para ser um "intelectual", um homem melhor do que os filisteus que habitam o mundo comum.

Está lançada a base da história, que faz do filho predileto de Daniels um plagiador, um pseudo-leitor (que só comenta os livros com base no que seu pai diz, sem nunca se preocupar em lê-los), uma mãe que busca nos filisteus o prazer e a companhia que seu marido já não dá e que torna o filho mais novo em um bêbado e viciado em masturbação. Tudo isso contado com humor e sensibilidade. Um excelente filme de formação (para quem não sabe, um filme que conta a passam da vida infantil para a vida adulta) e pena que não o vi antes de viajar para Nova Iorque ano passado, teria admirado mais a lula e a baleia no museu de história natural.

Partamos para o terceiro - O Lobo da Estepe/Steppenwolf - filme de Jaroslav Bradac, inspirado no romance homônimo de Herman Hesse.

Em poucas palavras: coitado do Max Von Sydow! Um daqueles filmes pseudo-cabeça feitos na década de 70 que tentavam subverter a linguagem cinematográfica e tornaram-se - tá-da!! - um troço boçal, chato, cansativo e, last but not least, ultrapassado! A única coisa que salva o filme é saber que o David Lynch talvez não seja tão genial assim. (Há uma cena ótima no filme A Lula e a Baleia, onde os personagens de Daniels e Esenberg vão ao cinema com suas respectivas namoradas, assistir Blue Velvet, e bom, dá para repensar a importância de Lynch para o cinema)

E por fim - REC - filme de terror espanhol, dirigido por Jaume Balaguero e Paco Plaza, que gerou um remake fast-food, chamado Quarentena (que tem a irmã do famigerado Dexter no papel principal, a, bonitinha-esquisita-gostosinha,
Jennifer Carpenter). O filme é tão assustadoramente bom que a refilmagem é praticamente, como diria o Zé do Caixão, uma cópia quadro a quadro do original.

A premissa é simples (e é inspirada, com certeza, em Extermínio, do Danny Boyle), uma jornalista e seu cameraman vão acompanhar um grupo de bombeiros durante a noite espanhola, quando uma chamada aparentemente comum os leva a um prédio onde eles irão descobrir que...bom, se não viram, não vou estragar, mas aviso: mesmo já tendo visto a versão americana, dá um medo do cão!

Ah, na versão espanhola há um detalhe bem interessante; o paciente zero, digamos, é uma vítima de possessão demoníaca. Scary monsters!!!




domingo, janeiro 24, 2010

Gostas do Dylan, gostas de banda desenhada?


...então não perca a oportunidade de ler o álbum que junta treze artistas de quadrinhos que, inspirados pelo "fanho", desenham, reinventam e abrem novas formas de "ouvir" as canções de Dylan.

Talvez os mais ávidos folheiem rápidamente o álbum para ver o trabalho de Dave McKean (o famoso ilustrador das capas do Sandman) e sua visão de "Desolation Row", mas chamo a atenção para Fraçois Avril, que é quase cinematográfico em "Girl From the North Country" e nos quatro painéis que Zep fez inspirados em "Not Dark Yet".

Ah, o nome do quadrinho é Bob Dylan Revisited e o único senão é não ser acompanhado por um cd com as músicas que inspiraram os artistas. Mas isso é coisa de fã neurótico!


Conheça teu inimigo, como a ti mesmo.

A importância de nosso legado cultural, a leitura e o conhecimento dos autores que formaram as bases de quem somos é vista, em geral, apenas como uma curiosidade de estetas ou, pior, serve apenas para podermos ser arrogantes e pedantes em uma rodinha de uspianos.

Pois bem, para quebrar um pouco isso, que tal saber a influência que T. E. Lawrence teve na conduta e idéias do General
David Howell Petraeus (para quem não sabe, o comandante das forças americanas na guerra).

Para tanto, leiam o artigo que Bertram Wyatt-Brown escreveu sobre Lawrence intitulado "Lawrence of Arabia: Image and Reality".

No artigo, Wyatt-Brown mostra que longe de ser apenas um livro para ficar juntanto poeira, "Os sete pilares da sabedoria" ajudou, e muito, os comandantes americanos no modo como lidar com os diversos tribalismos que movem a política iraquiana. Junto com o livro, há ainda uma pequena coleção de insights de Lawrence escritos em 1917 que, escritos há quase 100 anos, ainda são atuais e pertinentes.

O único senão, é ter a certeza que desde o tempo que foram escritos, quem decaiu culturalmente fomos nós.

O artigo 21 é mostra meu ponto, afinal, quem hoje em dia no ocidente, pode dizer que tem na religião algo tão natural em sua vida como comer ou dormir?

"Religious discussions will be frequent. Say what you like about your own side, and avoid criticism of theirs, unless you know that the point is external, when you may score heavily by proving it so. With the Bedu, Islam is so all-pervading an element that there is little religiosity, little fervour, and no regard for externals. Do not think from their conduct that they are careless. Their conviction of the truth of their faith, and its share in every act and thought and principle of their daily life is so intimate and intense as to be unconscious, unless roused by opposition. Their religion is as much a part of nature to th em as is sleep or food."

Para ler os 27 artigos de Lawrence basta clicar aqui.

E não esqueçam, conhecer a si mesmo não é só saber quantas espinhas você tem na cara ou quem ganhou todos os BBBs.

Ah, esse post existe graças ao Daniel Pipes!


domingo, janeiro 17, 2010

O Diário da Felicidade nas palavras de seu tradutor.

No estadão deste Domingo, há uma entrevista com o tradutor do "Diário da Felicidade", Elpidio Fonseca, a quem parabenizo pela tradução, que torna a leitura do livro de Steinhardt um imenso prazer.

Abaixo destaco um trecho da entrevista, onde Elpidio mostra que não podemos nos furtar à realidade.

E para quem perdeu o post onde comento o lançamento, por favor, clique - devoltaparaofuturo - e saibam um pouco da importância deste livro.

"Embora Steinhardt seja um monge, ele tem uma forte ligação com a modernidade, apresentando em seus textos considerações sobre ciência e tecnologia. Como ele se relaciona com elas?


Esse é um lado que foi esquecido por alguns cristãos hoje em dia, do papel do cristianismo na formação do Ocidente, e especificamente a Igreja Católica, que perdeu a hegemonia cultural na modernidade. Eles deixaram de estar a par daquilo que acontecia, de serem sacerdotes, não só do ponto de vista ritual, mas também intelectual. A tecnologia e as ciências nunca podem ser contrárias à realidade, elas partem do pressuposto do real. É a abertura do pensamento de Steinhardt à realidade, própria do cristianismo, que foi perdida."

Para ler a entrevista completa, visite o Caderno2.

sábado, janeiro 16, 2010

Do que é feita a liderança. O caso EUA/Haiti.


Interessante notar que a catástrofe no Haiti, com todo o drama e horror, mostra ao mundo que, apesar da tão desejada idéia de que os Estados Unidos estão no seu ocaso, que a China é o futuro, de que a América é apenas um império em decadência e que está apenas preocupado em criar guerras e explorar o petróleo no oriente-médio, no fim das contas, ainda contamos com a cavalaria americana.

E de que não é só uma economia forte que faz um país ter tanta influência.

Afinal, o país que é o principal doador (tanto em dinheiro, quanto em mobilização de recursos materiais e humanos) às vitimas do terremoto no Haiti, cujas celebridades (por mais cabeças-ocas que sejam!) mobilizam-se para ajudar, e que a sua população (sabe, aquele americano médio, WASP, que todos adoramos odiar), arrecada um montante desses via SMS!! , não está tão em crise assim e nem merece o desprezo que borbulha em um anti-americanismo tacanho e pueril. No fundo, temos inveja e pior, esperamos, salivando de ódio e prazer, pelo dia em que veremos o gigante de joelhos.

É por essas e outras que, apesar de suas falhas, apesar dos erros e das incongruências, ainda assim, este que vos fala há de respeitar os ideais e o cerne do que é os Estados Unidos da América.

Ideais e conflitos que estão nas obras de um Billy Wilder, de um Bob Dylan, que surgem nos filmes do Eastwood e nas pinturas do Norman Rockwell, que nos fazem rir em tiras pungentes de um Charles Schulz, nas humanas e singelas hqs do Will Eisner, na solitária estrada perdida cantada e percorrida por Hank Wiliams.

Uganda e sua luta solitária.

Eis o horror - George Soros, Hillary Clinton, imperialismo, pedofilia, gayzismo e um exemplo claro da nefasta influência dos arquitetos globalistas em um país africano.

Em essência, eis a ação humanitária -

"This institutional takeover by homosexuals has been systematic and planned, to the extent that other bodies like the UN, national governments, financial institutions, private companies, NGOs, etc. have become spokespersons of the gay movement and daily use official resources to promote the gay agenda and to arm-twist anyone who opposes this agenda. In a globalized world, this western takeover of institutions by homosexuals has turned into international promotion of homosexuality and of other vices like abortion and pornography in other countries."

Artigo de Cliff Kincaid para o AIM - leiam neste link.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Dissecando Dionisius

Parte 1 - Economia;

Liberal. A economia de mercado é mais eficaz, gera concorrência e por fim é boa em sua essência, mas é preciso que ela não seja castrada de sua base moral (isto é, de suas raízes judaico-cristãs, antes de mais nada) e estar sempre amparada por todo um conjunto de leis, tradições que respeitem o indivíduo e a propriedade privada, sem essa base, sem essa estrutura, o liberalismo torna-se apenas mais um braço do materialismo histórico, vulgo marxismo.

Um Estado liberal existe apenas para a preservação das leis e contratos, evitar o monopólio de grandes corporações (por isso elas adoram um regime mais "centrado", se é que me entendem...) e cuidar para que aqueles que não tenham condições de concorrer no mercado sejam amparados.

O maior pecado dos liberais brasileiros (e de uma Ayn Rand, também), é achar que um país se faz apenas pela sua economia, pela suas condições materiais, e que todo o resto pode ser deixado de lado. Essa é, basicamente, a realidade do Brasil (até certo ponto, afinal no Brasil o que existe é um capitalismo de Estado) onde os ditos liberais pensam apenas na estrutura econômica deixando todo o resto (aquilo que importa) na mão da intelectualidade socialista/comunista. É o que acontece neste país desde a época do regime militar.

Essa estrutura (liberal na economia, controlador de todo o resto), que chamo de NEOLIBERAL, existe é o modelo, digamos 3.0, do marxismo. Só os tolos acham que o marxismo, hoje, está preso na camisa de força da economia. Por isso, não há países com governos "esquerdistas", como idealizado pelos marxistas de ontem. O país do futuro, modelo por excelência dos grandes investidores, dos grandes engenheiros sociais, e todos os outros é a China.

Parte 2 - Religião;

O contraponto da História. Se esta é marcada por sua irascibilidade, mobilidade, idas e vindas, a religião deve ser aquele reflexo da eternidade na temporalidade. Mais claramente, as religiões (judaico, católica, budista, hinduista) não devem se adaptar ao tempo, aos costumes dos homens, ao ir e vir das tendências estatais ou sociais. Elas devem ser aquilo que permanece.

Parte 3 - Moral;

São Paulo disse: "Experimentai de tudo e ficai com o que é bom". Indicando-nos que temos por trás da miríade de escolhas, posturas e acidentes de nossas vidas, coisas boas e que devem permanecer.

O problema aqui é quando o Estado instaura políticas públicas que criam uma metafísica estatal, impondo regras morais e de conduta à força.

Nós vivemos, aprendemos e corrigimos nossa conduta e nossa moral de acordo com as experiências da vida. Se o Estado torna-se um tirano paternal, como haveremos de aprender?

Parte 4 - Política Internacional:

Existe uma megalomania humana e um desejo de poder que perpassa todas as decisões globais atualmente. Esta megalomania, é expressa e ativa em entidades como a ONU, a Unesco, o Banco Mundial, em todas as organizações não-governamentais (que em geral recebem dinheiro de mega-capitalistas ou de outros estados, isto é, não são nem um pouco não-governamentais), e há uma pletora de ativistas, artistas, intelectuais, políticos e todo o resto que agem de acordo com essas diretrizes, que agem sob diversas fachadas: Ecologismo, direitos-humanos, preocupação histérica com a saúde, direito dos animais, desarmamento, multiculturalismo, abortismo, relativização das religiões...toda a agenda globalista serve apenas a um propósito, recriar o Paraíso Divino na Terra.

Essa megalomania não é nova, em nossa era já existiram outras tentativas: a Revolução Francesa, na Rússia em 1917, na Alemanha Nazista, em Cuba. Na China a experiência é um "sucesso" e avança a passos largos. O que só prova que sempre que o homem tenta corrigir a Criação, o preço é em sangue e corpos.

Parte 5 - Cultura;

Acredito na permanência e na existência de hierarquias, de diferenças que não se relativizam. A tradição, parafraseando T.S. Eliot, não é apenas herdada, mas deve ser conquistada, preservada.

Existe na história da cultura um elemento que não pode ser descartado, sem prejuízo de sua própria função, isto é, ajudar a compreender a realidade. Este elemento é a transmissão, a educação de outros artistas pelos mestres. Sem esse elemento braçal da cultura, existe apenas a ruptura e a decadência. Não existirá aí o elemento de preservação, o que no final contribui para uma acentuada deficiência técnica e por fim, à morte da cultura.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

O preço da Utopia

Segue um apanhado dos últimos posts do Reinaldo Azevedo sobre o terrorismo da esquerda brasileira na época do regime militar. Fundamental saber o que há muito é escamoteado pelas nossas "elites" intelectuais, culturais e jornalísticas.

Copiem, divulguem, esfreguem na cara desses hipócritas que se dizem além do bem e do mal!

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O texto abaixo encontra-se originalmente e sem minha edição lá no blog do Reinaldo Azevedo.


O que é que os livros de história e boa parte da imprensa escondem de você, leitor?


Apenas a verdade.


As esquerdas alegam que o Regime Militar, ao longo de 21 anos, matou 424 dos seus militantes. É um número provavelmente inflado. Mortos comprovados são 293 - os outros constam como “desaparecidos” e se dá de barato que tenham sido mortos por “agentes do regime”. Nessa conta, diga-se, estão quatro militantes da ALN-Molipo que foram mortos pelos próprios “companheiros”. Ela também inclui os que morreram de arma na mão no Araguaia - já lembro a lista total. Este post tem outro objetivo. E, antes que prossiga, uma questão de princípio: não deveria ter morrido uma só pessoa depois de rendida pelo Estado. Ponto final. Não há o que discutir sobre este particular.


O que não se diz é que o terrorismo de esquerda matou nada menos de 119 pessoas, muitas delas sem qualquer vinculação com a luta política. Quase ninguém sabe disso. Também se consolidou uma outra brutal inverdade histórica, segundo a qual as ações armadas da esquerda só tiveram início depois do AI-5, de 13 de dezembro de 1968. É como se, antes disso, os esquerdistas tivessem se dedicado apenas à resistência pacífica.



Se vocês forem procurar na lista dos indenizados com a Bolsa Ditadura, muitos homicidas estão lá, sendo beneficiados por sua “luta contra a ditadura”. Ou, então, suas respectivas famílias recebem o benefício, e o terrorista é alçado ao panteão dos heróis. Quem fez a lista dos assassinados pela esquerda é o grupo Terrorismo Nunca Mais. “Ah, lista feita pelo pessoal da direita não vale!!!” E a feita pela extrema esquerda? Vale? Ademais, estes fatos estão devidamente documentados.


Ah, sim: PARA AS VÍTIMAS DA ESQUERDA, NÃO HÁ INDENIZAÇÃO. Como vocês sabem, eles não têm nem mesmo direito à memória. Foram apagados da história pela Comissão da Mentira.


Sempre que possível, identificam-se o grupo e os assassinos. Impressiona a quantidade pessoas comuns mortas pelos esquerdistas, gente que só cometeu o erro de ter cruzado o caminho desses grandes humanistas.


Reparem que a ALN (Ação Libertadora Nacional) e a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) estão entre os grupos mais violentos. À primeira, pertenceu o ministro Paulo Vannuchi, que hoje comanda a banda que quer a “revanche”; a ministra Dilma Rousseff, cuja pasta deu forma final ao “decreto”, integrou a segunda.


A questão fundamental: por que o Brasil praticamente ignora essa história, embora viva uma espécie de transe político por causa da tal “Comissão da Verdade?”


O Brasil, sem dúvida, vivia uma ditadura, onde operaram grupos paramilitares. Havia milhares de agentes do estado empenhados em conter a subversão. E o número de mortos, reconhecido pelas próprias esquerdas, é 424. Os esquerdistas, na comparação, eram meia-dúzia de gatos pingados. Mesmo assim, mataram 119 pessoas. Isso indica o, digamos assim, alto grau de letalidade daqueles humanistas.


AS VÍTIMAS DAS ESQUERDAS ANTES DO AI-5


1 - 12/11/64 - Paulo Macena, Vigia - RJ
Explosão de bomba deixada por uma organização comunista nunca identificada, em protesto contra a aprovação da Lei Suplicy, que extinguiu a UNE e a UBES. No Cine Bruni, Flamengo, com seis feridos graves e 1 morto


2 - 27/03/65- Carlos Argemiro Camargo, Sargento do Exército - Paraná
Emboscada de um grupo de militantes da Força Armada de Libertação Nacional (FALN), chefiado pelo ex-coronel Jeffersom Cardim de Alencar Osorio. Camargo foi morto a tiros. Sua mulher estava grávida de sete meses.


3 - 25/07/66 - Edson Régis de Carvalho, Jornalista - PE
Explosão de bomba no Aeroporto Internacional de Guararapes, com 17 feridos e 2 mortos. Ver próximo nome.


4 - 25/07/66 - Nelson Gomes Fernandes, almirante - PE
Morto no mesmo atentado citado no item 3. Além das duas vítimas fatais, ficaram feridas 17 pessoas, entre elas o então coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva. Além de fraturas expostas, teve amputados quatro dedos da mão esquerda. Sebastião Tomaz de Aquino, guarda civil, teve a perna direita amputada.


5 - 28/09/66 - Raimundo de Carvalho Andrade - Cabo da PM, GO
Morto durante uma tentativa de desocupação do Colégio Estadual Campinas, em Goiânia, que havia sido ocupado por estudantes de esquerda. O grupo de soldados convocado para a tarefa era formado por burocratas, cozinheiros etc. Estavam armados com balas de festim. Andrade, que era alfaiate da Polícia Militar, foi morto por uma bala de verdade disparada de dentro da escola.


6 - 24/11/67 - José Gonçalves Conceição (Zé Dico) - fazendeiro - SP
Morto por Edmur Péricles de Camargo, integrante da Ala Marighella, durante a invasão da fazenda Bandeirante, em Presidente Epitácio. Zé Dico foi trancado num quarto, torturado e, finalmente, morto com vários tiros. O filho do fazendeiro que tentara socorrer o pai foi baleado por Edmur com dois tiros nas costas.


7 - 15/12/67 - Osíris Motta Marcondes, bancário - SP
Morto quando tentava impedir um assalto terrorista ao Banco Mercantil, do qual era o gerente.


8 - 10/01/68 - Agostinho Ferreira Lima - Marinha Mercante - Rio Negro/AM
No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados por Ricardo Alberto Aguado Gomes, “Dr. Ramon”, que, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste ataque, Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a morrer no dia 10/01/68.


9 - 31/05/68 - Ailton de Oliveira, guarda Penitenciário - RJ
O Movimento Armado Revolucionário (MAR) montou uma ação para libertar nove de seus membros que cumpriam pena na Penitenciária Lemos de Brito (RJ) e que, uma vez libertados, deveriam seguir para a região de Conceição de Jacareí, onde o MAR pretendia estabelecer o “embrião do foco guerrilheiro”. No dia 26/05/68, o estagiário Júlio César entregou à funcionária da penitenciária Natersa Passos, num pacote, três revólveres calibre 38. Às 17h30, teve início a fuga. Os terroristas foram surpreendidos pelos guardas penitenciários Ailton de Oliveira e Jorge Félix Barbosa. Foram feridos, e Ailton morreu no dia 31/05/68. Ainda ficou gravemente ferido o funcionário da Light João Dias Pereira, que se encontrava na calçada da penitenciária. O autor dos disparos que atingiram o guarda Ailton foi o terrorista Avelino Brioni Capitani


10 - 26/06/68- Mário Kozel Filho - Soldado do Exército - SP
No dia 26/06/68, Kozel atua como sentinela do Quartel General do II Exército. Às 4h30, um tiro é disparado por um outro soldado contra uma camioneta que, desgovernada, tenta penetrar no quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo, que, finalmente, bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se havia alguém no seu interior. Havia uma carga com 50 quilos de dinamite, que, segundos depois, explode. O corpo de Kozel é dilacerado. Os soldados João Fernandes, Luiz Roberto Julião e Edson Roberto Rufino ficam muito feridos. É mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram do crime os terroristas Diógenes José de Carvalho Oliveira, Waldir Carlos Sarapu, Wilson Egídio Fava, Onofre Pinto, Edmundo Coleen Leite, José Araújo Nóbrega, Oswaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra Andrade e José Ronaldo Tavares de Lima e Silva. Ah, sim: a família de Lamarca recebeu indenização. De Kozel, quase ninguém mais se lembra.


11 - 27/06/68 - Noel de Oliveira Ramos - civil - RJ
Morto com um tiro no coração em conflito na rua. Estudantes distribuíam, no Largo de São Francisco, panfletos a favor do governo e contra as agitações estudantis conduzidas por militantes comunistas. Gessé Barbosa de Souza, eletricista e militante da VPR, conhecido como “Juliano” ou “Julião”, infiltrado no movimento, tentou impedir a manifestação com uma arma. Os estudantes, em grande maioria, não se intimidaram e tentaram segurar Gessé que fugiu atirando, atingindo mortalmente Noel de Oliveira Ramos e ferindo o engraxate Olavo Siqueira.


12- 27/06/68 - Nelson de Barros - Sargento PM - RJ
No dia 21/06/68, conhecida como a “Sexta-Feira Sangrenta”, realizou-se no Rio uma passeata contra o regime militar. Cerca de 10.000 pessoas ergueram barricadas, incendiaram carros, agrediram motoristas, saquearam lojas, atacaram a tiros a embaixada americana e as tropas da Polícia Militar. No fim da noite, pelo menos 10 mortos e centenas de feridos. Entre estes, estava o sargento da PM Nelson de Barros, que morreu no dia 27.


13 - 01/07/68 - Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen - major do Exército Alemão - RJ
Morto no Rio, onde fazia o Curso da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Assassinado na rua Engenheiro Duarte, Gávea, por ter sido confundido com o major boliviano Gary Prado, suposto matador de Che Guevara, que também cursava a mesma escola. Autores: Severino Viana Callou, João Lucas Alves e um terceiro não-identificado. Todos pertenciam à organização terrorista COLINA- Comando de Libertação Nacional.


14 - 07/09/68 - Eduardo Custódio de Souza - Soldado PM - SP
Morto com sete tiros por terroristas de uma organização não identificada quando de sentinela no DEOPS, em São Paulo.


15 - 20/09/68 - Antônio Carlos Jeffery - Soldado PM - SP
Morto a tiros quando de sentinela no quartel da então Força Pública de São Paulo (atual PM) no Barro Branco. Organização terrorista que praticou o assassinato: Vanguarda Popular Revolucionária. Assassinos: Pedro Lobo de Oliveira, Onofre Pinto, Diógenes José Carvalho de Oliveira, atualmente conhecido como “Diógenes do PT”, ex-auxiliar de Olívio Dutra no Governo do RS.


16- 12/10/68 - Charles Rodney Chandler - Cap. do Exército dos Estados Unidos - SP
Herói na guerra com o Vietnã, veio ao Brasil para fazer o Curso de Sociologia e Política, na Fundação Álvares Penteado, em São Paulo/SP. No início de outubro de 68, um “Tribunal Revolucionário”, composto pelos dirigentes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), Onofre Pinto (Augusto, Ribeiro, Ari), João Carlos Kfouri Quartin de Morais (Maneco) e Ladislas Dowbor (Jamil), condenou o capitão Chandler à morte, porque ele “seria um agente da CIA”. Os levantamentos da rotina de vida do capitão foram realizados por Dulce de Souza Maia (Judite). Quando retirava seu carro das garagem para seguir para a Faculdade, Chandler foi assassinado com 14 tiros de metralhadora e vários tiros de revólver, na frente da sua mulher, Joan, e de seus 3 filhos. O grupo de execução era constituído pelos terroristas Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio), Diógenes José de Carvalho Oliveira (Luis, Leonardo, Pedro) e Marco Antônio Bráz de Carvalho (Marquito).


17 - 24/10/68 - Luiz Carlos Augusto - civil - RJ
Morto, com 1 tiro, durante uma passeata estudantil.


18 - 25/10/68 - Wenceslau Ramalho Leite - civil - RJ
Morto, com quatro tiros de pistola Luger 9mm durante o roubo de seu carro, na avenida 28 de Setembro, Vila Isabel, RJ. Autores: Murilo Pinto da Silva (Cesar ou Miranda) e Fausto Machado Freire (Ruivo ou Wilson), ambos integrantes da organização terrorista COLINA (Comando de Libertação Nacional).


19 - 07/11/68 - Estanislau Ignácio Correia - Civil - SP
Morto pelos terroristas Ioshitame Fugimore, Oswaldo Antônio dos Santos e Pedro Lobo Oliveira, todos integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária(VPR), quando roubavam seu automóvel na esquina das ruas Carlos Norberto Souza Aranha e Jaime Fonseca Rodrigues, em São Paulo.


20 - 07/01/69 - Alzira Baltazar de Almeida - dona de casa - Rio de Janeiro/RJ

Uma bomba jogada por terroristas embaixo de uma viatura policia, estacionada em frente à 9ª Delegacia de Polícia, ao explodir, matou Alzira, que passava pela rua


21 - 11/01/69 - Edmundo Janot - Lavrador - Rio de Janeiro / RJ
Morto a tiros, foiçadas e facadas por um grupo de terroristas que haviam montado uma base de guerrilha nas proximidades da sua fazenda.


22 - 29/01/69 - Cecildes Moreira de Faria - Subinspetor de Polícia - BH/ MG


23 - 29/01/69 - José Antunes Ferreira - guarda civil-BH/MG
Policiais chegaram a um “aparelho” do Comando de Libertação Nacional (Colina), na rua Itacarambu nº 120, bairro São Geraldo. Foram recebidos por rajadas de metralhadora, disparadas por Murilo Pinto Pezzuti da Silva , “Cesar’ ou “Miranda”, que mataram o subinspetor Cecildes Moreira da Silva (ver acima), que deixou viúva e oito filhos menores. Ferreira também morreu. Além do assassino, foram presos os seguintes terroristas: Afonso Celso L.Leite (Ciro), Mauricio Vieira de Castro (Carlos), Nilo Sérgio Menezes Macedo, Júlio Antonio Bittencourt de Almeida (Pedro), Jorge Raimundo Nahas (Clovis ou Ismael) e Maria José de Carvalho Nahas (Celia ou Marta). No interior do “aparelho”, foram apreendidos 1 fuzil FAL, 5 pistolas, 3 revólveres, 2 metralhadoras, 2 carabinas, 2 granadas de mão, 702 bananas de dinamite, fardas da PM e dinheiro de assaltos.


24 - 14/04/69 - Francisco Bento da Silva - motorista - SP
Morto durante um assalto, praticado pela Ala Vermelha do PC do B ao carro pagador (uma Kombi) do Banco Francês-Italiano para a América do Sul, na Alameda Barão de Campinas, quando foram roubados vinte milhões de cruzeiros. Participaram desta ação os seguintes terroristas: Élio Cabral de Souza, Derly José de Carvalho, Daniel José de Carvalho, Devanir José de Carvalho, James Allen Luz, Aderval Alves Coqueiro, Lúcio da Costa Fonseca, Gilberto Giovanetti, Ney Jansen Ferreira Júnior, Genésio Borges de Melo e Antônio Medeiros Neto


25 - 14/04/69 - Luiz Francisco da Silva - guarda bancário -SP
Também Morto durante o assalto acima relatado.


26 - 08/05/69 - José de Carvalho - Investigador de Polícia - SP
Atingido com um tiro na boca durante um assalto ao União de Bancos Brasileiros, em Suzano, no dia 07 de maio, vindo a falecer no dia seguinte. Nessa ação, os terroristas feriram, também, Antonio Maria Comenda Belchior e Ferdinando Eiamini. Participaram os seguintes terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN): Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Takao Amano, Ney da Costa Falcão, Manoel Cyrilo de Oliveira Neto e João Batista Zeferino Sales Vani. Takao Amano foi baleado na coxa e operado, em um “aparelho médico” por Boanerges de Souza Massa, médico da ALN.


27 - 09/05/69 - Orlando Pinto da Silva - Guarda Civil - SP
Morto com dois tiros, um na nuca e outro na testa, disparados por Carlos Lamarca, durante assalto ao Banco Itaú, na rua Piratininga, Bairro da Mooca. Na ocasião também foi esfaqueado o gerente do Banco, Norberto Draconetti. Organização responsável por esse assalto: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).


28 - 27/05/69 - Naul José Montovani - Soldado PM - SP
Em 27/05/69 foi realizada uma ação contra o 15º Batalhão da Força Pública de São Paulo, atual PMESP, na Avenida Cruzeiro do Sul, SP/SP. Os terroristas Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Carlos Eduardo Pires Fleury, Maria Aparecida Costa, Celso Antunes Horta e Ana Maria de Cerqueira César Corbusier metralharam o soldado Naul José Montovani, que estava de sentinela e que morreu instantaneamente. O soldado Nicário Conceição Pulpo, que correu ao local ao ouvir os disparos, foi gravemente ferido na cabeça, tendo ficado paralítico.


29 - 04/06/69 - Boaventura Rodrigues da Silva - Soldado PM - SP
Morto por terroristas durante assalto ao Banco Tozan.


30 - 22/06/69 - Guido Boné - soldado PM - SP
Morto por militantes da ALN que atacaram e incendiaram a rádio-patrulha RP 416, da então Força Pública de São Paulo, hoje Polícia Militar, matando os seus dois ocupantes, os soldados Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, roubando suas armas.


31 - 22/06/69 - Natalino Amaro Teixeira - Soldado PM - SP
Morto por militantes da ALN na ação acima relatada.


32 - 11/07/69 - Cidelino Palmeiras do Nascimento - Motorista de táxi - RJ
Morto a tiros quando conduzia, em seu carro, policiais que perseguiam terroristas que haviam assaltado o Banco Aliança, agência Muda. Participaram deste assassinato os terroristas Chael Charles Schreier, Adilson Ferreira da Silva, Fernando Borges de Paula Ferreira, Flávio Roberto de Souza, Reinaldo José de Melo, Sônia Eliane Lafóz e o autor dos disparos Darci Rodrigues, todos pertencentes a organização terrorista VAR-Palmares.


33 - 24/07/69 - Aparecido dos Santos Oliveira - Soldado PM - SP
O Banco Bradesco, na rua Turiassu, no Bairro de Perdizes, foi assaltado por uma frente de grupos de esquerda. Foram roubados sete milhões de cruzeiros. Participaram da ação:
- Pelo Grupo de Expropriação e Operação: Devanir José de Carvalho, James Allen Luz, Raimundo Gonçalves de Figueiredo, Ney Jansen Ferreira Júnior, José Couto Leal;
- Pelo Grupo do Gaúcho: Plínio Petersen Pereira, Domingos Quintino dos Santos, Chaouky Abara;
- Pela VAR-Palmares: Chael Charles Schreier, Roberto Chagas e Silva, Carmem Monteiro dos Santos Jacomini e Eduardo Leite.
Raimundo Gonçalves Figueiredo baleou o soldado Oliveira. Já caído, ele recebeu mais quatro tiros disparados por Domingos Quintino dos Santos.


34 - 20/08/69 - José Santa Maria - Gerente de Banco - RJ
Morto por terroristas que assaltaram o Banco de Crédito Real de Minas Gerais, do qual era gerente


35 - 25/08/69 - Sulamita Campos Leite - dona de casa, PA
Parente do terrorista Flávio Augusto Neves Leão Salles. Morta na casa dos Salles, em Belém, ao detonar, por inadvertência ,uma carga de explosivos escondida pelo terrorista


36 - 31/08/69 - Mauro Celso Rodrigues - Soldado PM - MA
Morto quando procurava impedir a luta entre proprietários e posseiros, incitada por movimentos subversivos.


37 - 03/09/69 - José Getúlio Borba - Comerciário - SP
Os terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN) Antenor Meyer, José Wilson Lessa Sabag, Francisco José de Oliveira e Maria Augusta Tomaz resolveram comprar um gravador na loja Lutz Ferrando, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua São Luis. O pagamento seria feito com um cheque roubado num assalto. Descobertos, receberam voz de prisão e reagiram. Na troca de tiros, o guarda civil João Szelacsak Neto ficou ferido com um tiro na coxa, e o funcionário da loja, José Getúlio Borba, foi mortalmente ferido. Perseguidos pela polícia, o terrorista José Wilson Lessa Sabag matou a tiros o soldado da Força Pública (atual PM) João Guilherme de Brito.


38 - 03/09/69 - João Guilherme de Brito - Soldado da Força Pública/SP
Morto na ação acima narrada.


39 - 20/09/69 - Samuel Pires - Cobrador de ônibus - SP
Morto por terroristas quando assaltavam uma empresa de ônibus.


40 - 22/09/69 - Kurt Kriegel - Comerciante - Porto Alegre/RS
Comerciante Kurt Kriegel, morto pela Var-Palmates em Porto Alegre.


41 - 30/09/69 - Cláudio Ernesto Canton - Agente da Polícia Federal - SP
Após ter efetuado a prisão de um terrorista, foi atingido na coluna vertebral, vindo a falecer em conseqüência desse ferimento.


42 - 04/10/69 - Euclídes de Paiva Cerqueira - Guarda particular - RJ
Morto por terroristas durante assalto ao carro transportador de valores do Banco Irmãos Guimarães


43 - 06/10/69 - Abelardo Rosa Lima - Soldado PM - SP
Metralhado por terroristas numa tentativa de assalto ao Mercado Peg-Pag. Autores: Devanir José de Carvalho (Henrique) , Walter Olivieri, Eduardo Leite (Bacuri), Mocide Bucherone e Ismael Andrade dos Santos. Organizações Terroristas: REDE (Resistência Democrática) e MRT (Movimento Revolucionário Tiradentes).


44 - 07/10/69 - Romildo Ottenio - Soldado PM - SP
Morto quando tentava prender um terrorista.


45 - 31/10/69 - Nilson José de Azevedo Lins- civil - PE
Gerente da firma Cornélio de Souza e Silva, distribuidora da Souza Cruz, em Olinda. Foi assaltado e morto quando ia depositar, no Banco, o dinheiro da firma. Organização: PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário). Autores: Alberto Vinícius Melo do Nascimento, Rholine Sonde Cavalcante Silva, Carlos Alberto Soares e João Maurício de Andrade Baltar


46 - 04/11/69 - Estela Borges Morato - Investigadora do DOPS - SP
Morta a tiros quando participava da operação em que morreu o terrorista Carlos Marighela.


47 - 04/11/69 - Friederich Adolf Rohmann - Protético - SP
Morto durante a operação que resultou na morte do terrorista Carlos Marighela.


48 - 14/11/69 - Orlando Girolo - Bancário - SP
Morto por terroristas durante assalto ao Bradesco.


49 - 17/11/69 - Joel Nunes - Subtenente PM - RJ
Neste dia, o PCBR assaltou o Banco Sotto Maior, na Praça do Carmo, no subúrbio carioca de Brás de Pina, de onde foram roubados cerca de 80 milhões de cruzeiros. Na fuga, obstados por uma viatura policial, surgiu um violento tiroteio no qual Avelino Bioni Capitani matou o sargento da PM Joel Nunes. Na ocasião, foi preso o terrorista Paulo Sérgio Granado Paranhos.


50 - 18/12/69 - Elias dos Santos - Soldado do Exército - RJ

Havia um aparelho do PCBR na rua Baronesa de Uruguaiana nº 70, no bairro de Lins de Vasconcelos. Ali, Prestes de Paula, ao fugir pelos fundos da casa, disparou um tiro de pistola 45 contra Elias dos Santos.


51 - 17/01/70 - José Geraldo Alves Cursino - Sargento PM - São Paulo / SP
Morto a tiros por terroristas.


52 - 20/02/70 - Antônio Aparecido Posso Nogueró - Sargento PM - São Paulo
Morto pelo terrorista Antônio Raimundo de Lucena quando tentava impedir um ato terrorista no Jardim Cerejeiras, Atibaia/SP.


53 - 11/03/70 - Newton de Oliveira Nascimento - Soldado PM - Rio de Janeiro
No dia 11/03/70, os militantes do grupo tático armado da ALN Mário de Souza Prata, Rômulo Noronha de Albuquerque e Jorge Raimundo Júnior deslocavam-se num carro Corcel azul, roubado, dirigido pelo último, quando foram interceptados no bairro de Laranjeiras- RJ por uma patrulha da PM. Suspeitando do motorista, pela pouca idade que aparentava, e verificando que Jorge Raimundo não portava habilitação, os policiais ordenaram-lhe que entrasse no veículo policial, junto com Rômulo Noronha Albuquerque, enquanto Mauro de Souza Prata, acompanhado de um dos soldados, iria dirigindo o Corcel até a delegacia mais próxima. Aproveitando-se do descuido dos policiais, que não revistaram os detidos, Mário, ao manobrar o veículo para colocá-lo à frente da viatura policial, sacou de uma arma e atirou, matando com um tiro na testa o soldado da PM Newton Oliveira Nascimento, que o escoltava no carro roubado. O soldado Newton deixou a viúva dona Luci e duas filhas menores, de quatro e dois anos.


54 - 31/03/70 - Joaquim Melo - Investigador de Polícia - Pernambuco
Morto por terroristas durante ação contra um “aparelho”


55 - 02/05/70 - João Batista de Souza - Guarda de Segurança - SP
Um comando terrorista, integrado por Devanir José de Carvalho, Antonio André Camargo Guerra, Plínio Petersen Pereira, Waldemar Abreu e José Rodrigues Ângelo, pelo Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), e mais Eduardo Leite (Bacuri), pela Resistência Democrática (REDE), assaltaram a Companhia de Cigarros Souza Cruz, no Cambuci/SP. Na ocasião Bacuri assassinou o guarda de segurança João Batista de Souza.


56 - 10/05/70 - Alberto Mendes Junior- 1º Tenente PM - SP
Esta é uma das maiores expressões da covardia e da violência de que era capaz o terrorista Carlos Lamarca. No dia 08/05/70, 7 terroristas, chefiados por ele, estavam numa pick-up e pararam num posto de gasolina em Eldorado Paulista. Foram abordados por policiais e reagiram a bala, conseguindo fugir. Ciente do ocorrido, o Tenente Mendes organizou uma patrulha. Em duas viaturas, dirigiu-se de Sete Barras para Eldorado Paulista. Por volta das 21h, houve o encontro com os terroristas, que estavam armados com fuzis FAL, enquanto os PMs portavam o velho fuzil Mauser modelo 1908. Em nítida desvantagem bélica, vários PMs foram feridos, e o Tenente Mendes verificou que diversos de seus comandados estavam necessitando de urgentes socorros médicos. Julgando-se cercado, Mendes aceitou render-se desde que seus homens pudessem receber o socorro necessário. Tendo os demais componentes da patrulha permanecido como reféns, o Tenente levou os feridos para Sete Barras.

De madrugada, a pé e sozinho, Mendes buscou contato com os terroristas, preocupado que estava com o restante de seus homens. Encontrou Lamarca, que decidiu seguir com seus companheiros e com os prisioneiros para Sete Barras. Ao se aproximarem dessa localidade, foram surpreendidos por um tiroteio, ocasião em que dois terroristas - Edmauro Gopfert e José Araújo Nóbrega - desgarraram-se do grupo, e os cinco terroristas restantes embrenharam-se no mato, levando junto o Tenente Mendes. Depois de caminharem um dia e meio na mata, os terroristas e o tenente pararam para descansar. Carlos Lamarca, Yoshitame Fujimore e Diógenes Sobrosa de Souza afastaram-se e formaram um “tribunal revolucionário”, que resolveu assassinar o Tenente Mendes. Os outros dois, Ariston Oliveira Lucena e Gilberto Faria Lima, ficaram vigiando o prisioneiro.

Poucos minutos depois, os três terroristas retornaram. Yoshitame Fujimore desfechou-lhe violentos golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil. Caído e com a base do crânio partida, o Tenente Mendes gemia e se contorcia em dores. Diógenes Sobrosa de Souza desferiu-lhe outros golpes na cabeça, esfacelando-a. Ali mesmo, numa pequena vala e com seus coturnos ao lado da cabeça ensangüentada, o Tenente Mendes foi enterrado. Em 08/09/70, Ariston Lucena foi preso pelo DOI-CODI e apontou o local onde o tenente estava enterrado.


57 - 11/06/70 - Irlando de Moura Régis - Agente da Polícia Federal - RJ
Foi assassinado durante o seqüestro do embaixador da Alemanha, Ehrendfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben. A operação foi executada pelo Comando Juarez Guimarães de Brito. Participaram Jesus Paredes Soto, José Maurício Gradel, Sônia Eliane Lafóz, José Milton Barbosa, Eduardo Coleen Leite (Bacuri), que matou Irlando, Herbert Eustáquio de Carvalho, José Roberto Gonçalves de Rezende, Alex Polari Alvarenga e Roberto Chagas da Silva.


58 - 15/07/70 - Isidoro Zamboldi - segurança - SP
Morto pela terrorista Ana Bursztyn durante assalto à loja Mappin.


59 - 12/08/70 - Benedito Gomes - Capitão do Exército - SP
Morto por terroristas, no interior do seu carro, na Estrada Velha de Campinas.


60 - 19/08/70 - Vagner Lúcio Vitorino da Silva - Guarda de segurança - RJ
Morto durante assalto do Grupo Tático Armado da organização terrorista MR-8 ao Banco Nacional de Minas Gerais, no bairro de Ramos. Sônia Maria Ferreira Lima foi quem fez os disparos que o mataram. Participaram, também, dessa ação os terroristas Reinaldo Guarany Simões, Viriato Xavier de Melo Filho e Benjamim de Oliveira Torres Neto, os dois últimos recém-chegados do curso em Cuba.


61 - 29/08/70 - José Armando Rodrigues - Comerciante - CE
Proprietário da firma Ibiapaba Comércio Ltda. Após ter sido assaltado em sua loja, foi seqüestrado, barbaramente torturado e morto a tiros por terroristas da ALN. Após seu assassinato, seu carro foi lançado num precipício na serra de Ibiapaba, em São Benedito, CE. Autores: Ex-seminaristas Antônio Espiridião Neto e Waldemar Rodrigues Menezes (autor dos disparos), José Sales de Oliveira, Carlos de Montenegro Medeiros, Gilberto Telmo Sidney Marques, Timochenko Soares de Sales e Francisco William.



62 - 14/09/70 - Bertolino Ferreira da Silva - Guarda de segurança - SP
Morto durante assalto praticado pelas organizações terroristas ALN e MRT ao carro pagador da empresa Brinks, no Bairro do Paraíso em são Paulo.


63 - 21/09/70 - Célio Tonelly - soldado da PM - SP
Morto em Santo André. Quando de serviço em uma rádio-patrulha, tentou deter terroristas que ocupavam um automóvel.


64 - 22/09/70 - Autair Macedo - Guarda de segurança - RJ
Morto por terroristas, durante assalto a empresa de ônibus Amigos Unidos


65 - 27/10/70 - Walder Xavier de Lima - Sargento da Aeronáutica - BA
Morto quando, ao volante de uma viatura, conduzia terroristas presos, em Salvador. O assassino, Theodomiro Romeiro dos Santos (Marcos) o atingiu com um tiro na nuca. Organização: PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário).


66 - 10/11/70 - José Marques do Nascimento - civil - SP
Morto por terroristas que trocavam tiros com a polícia.


67 - 10/11/70 - Garibaldo de Queiroz - Soldado PM - SP
Morto em confronto com terroristas da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) que faziam uma panfletagem armada na Vila Prudente, São Paulo.


68 - 10/11/70 - José Aleixo Nunes - soldado PM - SP
Também morto na ocorrência relatada acima.


69 - 10/12/70 - Hélio de Carvalho Araújo - Agente da Polícia Federal - RJ
No dia 07/12, o embaixador da Suíça no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, foi seqüestrado pela VPR. Participaram da operação os terroristas Adair Gonçalves Reis, Gerson Theodoro de Oliveira, Maurício Guilherme da Silveira, Alex Polari de Alvarenga, Inês Etienne Romeu, Alfredo Sirkis, Herbert Eustáquio de Carvalho e Carlos Lamarca. Após interceptar o carro que conduzia o Embaixador, Carlos Lamarca bateu com um revólver Smith-Wesson, cano longo, calibre 38, no vidro do carro. Abriu a porta traseira e, a uma distância de dois metros, atirou, duas vezes contra o agente Hélio. Os terroristas levaram o embaixador e deixaram o agente agonizando. Transferido para o hospital Miguel Couto, morreu no dia 10/12/70.


70 - 07/01/71 - Marcelo Costa Tavares - Estudante - MG
Morto por terroristas durante um assalto ao Banco Nacional de Minas Gerais.
Autor dos disparos: Newton Moraes.


71 - 12/02/71 - Américo Cassiolato - Soldado PM - São Paulo
Morto por terroristas em Pirapora do Bom Jesus.


72 - 20/02/71 - Fernando Pereira - Comerciário - Rio de Janeiro
Morto por terroristas quando tentava impedir um assalto ao estabelecimento “Casa do Arroz”, do qual era gerente.


73 - 08/03/71 - Djalma Peluci Batista - Soldado PM - Rio de Janeiro
Morto por terroristas, durante assalto ao Banco do Estado do Rio de Janeiro.


74 - 24/03/71 - Mateus Levino dos Santos - Tenente da FAB - Pernambuco
O PCBR necessitava roubar um carro para participar do seqüestro do cônsul norte-americano, em Recife. No dia 26/06/70, o grupo decidiu roubar um Fusca, estacionado em Jaboatão dos Guararapes, na Grande Recife, nas proximidades do Hospital da Aeronáutica. Ao tentarem render o motorista, descobriram tratar-se de um tenente da Aeronáutica. Carlos Alberto disparou dois tiros contra o militar: um na cabeça e outro no pescoço. Depois de nove meses de intenso sofrimento, morreu no dia 24 de março de 1971, deixando viúva e duas filhas menores. O imprevisto levou o PCBR a desistir do seqüestro.


75 - 04/04/71 - José Julio Toja Martinez - Major do Exército - Rio de Janeiro
No início de abril, a Brigada Pára-Quedista recebeu uma denúncia de que um casal de terroristas ocupara uma casa localizada na rua Niquelândia, 23, em Campo Grande/RJ. Não desejando passar esse informe à 2ª Sessão do então I Exército, sem aprofundá-lo, a 2ª Sessão da Brigada, chefiada pelo major Martinez, montou um esquema de vigilância da casa. Por volta das 23h, chega um casal de táxi. A mulher ostentava uma volumosa barriga, sugerindo gravidez.

O major Martinez acabara de concluir o curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde, por três anos, exatamente o período em que a guerra revolucionária se desenvolvera, estivera afastado desses problemas em função da própria vida escolar bastante intensa. Estagiário na Brigada de Pára-Quedista, a quem também não estava afeta a missão de combate à subversão, não se havia habituado à virulência da ação terrorista.

Julgando que o casal nada tinha a ver com a subversão, Martinez iniciou a travessia da rua, a fim de solicitar-lhe que se afastasse daquela área. Ato contínuo, da barriga, formada por uma cesta para pão com uma abertura para saque da arma ali escondida, a “grávida” retirou um revólver, matando-o antes que pudesse esboçar qualquer reação. O capitão Parreira, de sua equipe, ao sair em sua defesa, foi gravemente ferido por um tiro desferido pelo terrorista. Nesse momento, os demais agentes desencadearam cerrado tiroteio, que causou a morte do casal de terroristas. Eram os militantes do MR-8 Mário de Souza Prata e Marilena Villas-Bôas Pinto, responsáveis por uma extensa lista de atos terroristas. No “aparelho” do casal, foram encontrados explosivos, munição e armas, além de dezenas de levantamentos de bancos, de supermercados, de diplomatas estrangeiros e de generais do Exército. Martinez deixou viúva e quatro filhos, três meninas e um menino, a mais velha, à época, com 11 anos.


76 - 07/04/71 - Maria Alice Matos - Empregada doméstica - Rio de Janeiro
Morta por terroristas quando do assalto a um depósito de material de construção.


77 - 15/04/71 - Henning Albert Boilesen - (Industrial - São Paulo)
Quando da criação da Operação Bandeirante, o então comandante do II Exército, general Canavarro, reuniu-se com o governador do Estado de São Paulo, com várias autoridades federais, estaduais, municipais e com industriais paulistas para solicitar o apoio para um órgão que necessitava ser criado com rapidez, a fim de fazer frente ao crescente terrorismo que estava em curso no estado de São Paulo. Assim, vários industriais, entre eles Boilesen, se cotizaram para atender ao pedido daquela autoridade militar. Por de3cisão de Lamarca, Boilesen, um dinamarquês naturalizado brasileiro, foi assassinado. Participaram da ação os terroristas Yuri Xavier Pereira, Joaquim Alencar Seixas, José Milton Barbosa, Dimas Antonio Casimiro e Antonio Sérgio de Matos. No relatório escrito por Yuri, e apreendido pela polícia, aparecem as frases “durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação. Mais uma vitória da Revolução Brasileira”. Vários carros e casas foram atingidos por projéteis. Duas mulheres foram feridas. Sobre o corpo de Boilesen, atingido por 19 tiros, panfletos da ALN e do MRT, dirigidos “Ao Povo Brasileiro”, traziam a ameaça: “Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente”.


78 - 10/05/71 - Manoel da Silva Neto - Soldado PM - SP
Morto por terroristas durante assalto à Empresa de Transporte Tusa.


79 - 14/05/71 - Adilson Sampaio - Artesão - RJ
Morto por terroristas durante assalto às lojas Gaio Marti.


80 - 09/06/71 - Antônio Lisboa Ceres de Oliveira - Civil - RJ
Morto por terroristas durante assalto à boate Comodoro.


81 - 01/07/71 - Jaime Pereira da Silva - Civil - RJ

Morto por terroristas na varanda de sua casa durante tiroteio entre terroristas e policiais.


82 - 02/09/71 - Gentil Procópio de Melo -Motorista de praça - PE
A organização terrorista denominada Partido Comunista Revolucionário determinou que um carro fosse roubado para realizar um assalto. Cumprindo a ordem recebida, o terrorista José Mariano de Barros tomou um táxi em Madalena, Recife. Ao chegar ao Hospital das Clínicas, quando fingia que ia pagar a corrida, apareceram seus comparsas, Manoel Lisboa de Moura e José Emilson Ribeiro da Silva, que se aproximaram do veículo. Emilson matou Procópio com dois tiros.


83 - 02/09/71 - Jayme Cardenio Dolce - Guarda de segurança - RJ
Assassinado pelos terroristas Flávio Augusto Neves Leão Salles, Hélio Pereira Fortes, Antônio Carlos Nogueira Cabral, Aurora Maria do Nascimento Furtado, Sônia Hipólito e Isis Dias de Oliveira, durante assalto à Casa de Saúde Dr. Eiras.


84 - 02/09/71 - Silvâno Amâncio dos Santos - Guarda de segurança - RJ
Assassinado na operação relatada acima.


85 - 02/09/71 - Demerval Ferreira dos Santos - Guarda de segurança - RJ
Assassinado na operação relatada no item 83


86 - –/10/71 - Alberto da Silva Machado - Civil - RJ
Morto por terroristas durante assalto à Fábrica de Móveis Vogal Ltda, da qual era um dos proprietários.

87 - 22/10/71 - José do Amaral - Sub-oficial da reserva da Marinha - RJ
Morto por terroristas da VAR-PALMARES e do MR-8 durante assalto a um carro transportador de valores da Transfort S/A. Foram feridos o motorista Sérgio da Silva Taranto e os guardas Emílio Pereira e Adilson Caetano da Silva.
Autores: James Allen Luz (Ciro), Carlos Alberto Salles (soldado), Paulo Cesar Botelho Massa, João Carlos da Costa.


88 - 01/11/71 - Nelson Martinez Ponce - Cabo PM - SP
Metralhado por Aylton Adalberto Mortati durante um atentado praticado por cinco terroristas do MOLIPO (Movimento de Libertação Popular) contra um ônibus da Empresa de Transportes Urbano S/A, em Vila Brasilândia, São Paulo


89 - 10/11/71 - João Campos - Cabo PM - SP
Morto na estrada de Pindamonhangaba, ao interceptar um carro que conduzia terroristas armados.


90 - 22/11/71 - José Amaral Vilela - Guarda de segurança - RJ
Neste dia os terroristas Sérgio Landulfo Furtado, Norma Sá Ferreira, Nelson Rodrigues Filho, Paulo Roberto Jabour, Thimothy William Watkin Ross e Paulo Costa Ribeiro Bastos assaltaram um carro-forte da firma Transfort, na Estrada do Portela, em Madureira. O guarda José Amaral Vilela foi morto a rajadas de metralhadora e ficaram feridos os guardas Sérgio da Silva Taranto, Emílio Pereira e Adilson Caetano da Silva.


91 - 27/11/71 - Eduardo Timóteo Filho - Soldado PM - RJ
Morto por terroristas, durante assalto contra as Lojas Caio Marti.



92 - 13/12/71 - Hélio Ferreira de Moura - Guarda de Segurança - RJ
Morto, por terroristas, durante assalto contra um carro transportador de valores da Brink’s, na Via Dutra.


93 - 18/01/72 - Tomaz Paulino de Almeida - Sargento PM - São Paulo / SP
Morto a tiros de metralhadora no bairro Cambuci quando um grupo terrorista roubava o seu carro. Autores do assassinato: João Carlos Cavalcante Reis, Lauriberto José Reyes e Márcio Beck Machado, todos integrantes do Molipo.


94 - 20/01/72 - Sylas Bispo Feche - Cabo PM São Paulo / SP
O cabo Sylas Bispo Feche integrava uma Equipe de Busca e Apreensão do DOI/CODI/II Exército. Sua equipe executava uma ronda quando um carro VW, ocupado por duas pessoas, cruzou um sinal fechado quase atropelando uma senhora que atravessava a rua com uma criança no colo. A sua equipe saiu em perseguição ao carro suspeito, que foi interceptado. Ao tentar aproximar-se para pedir os documentos dos dois ocupantes do veículo, o cabo Feche foi metralhado. Dois terroristas, membros da ALN, morreram.


95 - 25/01/72 - Elzo Ito - Estudante - São Paulo / SP
Aluno do Centro de Formação de Pilotos Militares, foi morto por terroristas que roubaram seu carro.


96 - 01/02/72 - Iris do Amaral - Civil - Rio de Janeiro
Morto durante um tiroteio entre terroristas da ALN e policiais. Ficaram feridos nesta ação os civis Marinho Floriano Sanches, Romeu Silva e Altamiro Sinzo. Autores: Flávio Augusto Neves Leão Salles (”Rogério”, “Bibico”) e Antônio Carlos Cabral Nogueira (”Chico”, “Alfredo”.)


97 - 05/02/72 - David A. Cuthberg - Marinheiro inglês - Rio de Janeiro
A respeito desse assassinato, sob o título “REPULSA”, o jornal “O Globo” publicou:
“Tinha dezenove anos o marinheiro inglês David A. Cuthberg que, na madrugada de sábado, tomou um táxi com um companheiro para conhecer o Rio, nos seus aspectos mais alegres. Ele aqui chegara como amigo, a bordo da flotilha que nos visita para comemorar os 150 anos de Independência do Brasil. Uma rajada de metralhadora tirou-lhe a vida, no táxi que se encontrava. Não teve tempo para perceber o que ocorria e, se percebesse, com certeza não poderia compreender. Um terrorista, de dentro de outro carro, apontara friamente a metralhadora antes de desenhar nas suas costas o fatal risco de balas, para, logo em seguida, completar a infâmia, despejando sobre o corpo, ainda palpitante, panfletos em que se mencionava a palavra liberdade. Com esse crime repulsivo, o terror quis apenas alcançar repercussão fora de nossas fronteiras para suas atividades, procurando dar-lhe significação de atentado político contra jovem inocente, em troca da publicação da notícia num jornal inglês. O terrorismo cumpre, no Brasil, com crimes como esse, o destino inevitável dos movimentos a que faltam motivação real e consentimento de qualquer parcela da opinião pública: o de não ultrapassar os limites do simples banditismo, com que se exprime o alto grau de degeneração dessas reduzidas maltas de assassinos gratuitos”.

A ação criminosa, tachada como “justiçamento”, foi praticada pelos seguintes terroristas, integrantes de uma frente formada por três organizações comunistas:
- ALN - Flávio Augusto Neves Leão Salles (”Rogério”, “Bibico”), que fez os disparos com a metralhadora, Antônio Carlos Nogueira Cabral (”Chico”, “Alfredo”), Aurora Maria Nascimento Furtado (”Márcia”, “Rita”), Adair Gonçalves Reis(”Elber”, “Leônidas”, “Sorriso”);
- VAR-PALMARES - Lígia Maria Salgado da Nóbrega (”Ana”, “Célia”, “Cecília”), que jogou dentro do táxi os panfletos que falavam em vingança contra os “Imperialistas Ingleses”; Hélio Silva (”Anastácio”, “Nadinho”), Carlos Alberto Salles(”Soldado”);
- PCBR - Getúlio de Oliveira Cabral(”Gogó”, “Soares”, “Gustavo”)


98 - 15/02/72 - Luzimar Machado de Oliveira - Soldado PM - Goiás
O terrorista Arno Preiss encontrava-se na cidade de Paraiso do Norte, que estava incluída no esquema de trabalho de campo do MOLIPO. Usava o nome falso de Patrick McBundy Comick. Arno tentou entrar com sua documentação falsa no baile carnavalesco do clube social da cidade. Sua documentação levantou suspeita nos policiais, que o convidaram a comparecer à delegacia local. Ao deixar o clube, julgando-se desmascarado, Arno sacou seu revólver e disparou à queima roupa contra os policiais, matando o PM Luzimar Machado de Oliveira e ferindo gravemente o outro PM que o conduzia, Gentil Ferreira Mano. Acabou morto.


99 - 18/02/72 - Benedito Monteiro da Silva - Cabo PM - São Paulo
Morto quando tentava evitar um assalto terrorista a uma agencia bancária em Santa Cruz do Rio Pardo.


100 - 27/02/72 - Napoleão Felipe Bertolane Biscaldi - Civil - São Paulo
Morto durante um tiroteio entre os terroristas Lauriberto José Reyes e José Ibsem Veroes com policiais, na rua Serra de Botucatu, no bairro Tatuapé. Nesta ação, um policial foi ferido a tiros de metralhadoras por Lauriberto. Os dois terroristas morreram no local.


101 - 06/03/72 - Walter César Galleti - Comerciante - São Paulo
Terroristas da ALN assaltaram a firma F. Monteiro S/A. Após o assalto, fecharam a loja, fizeram um discurso subversivo e assassinaram o gerente Walter César Galetti e feriram o subgerente Maurílio Ramalho e o despachante Rosalindo Fernandes.


102 - 12/03/72 - Manoel dos Santos - Guarda de Segurança - São Paulo
Morto durante assalto terrorista à fábrica de bebidas Charel Ltda.


103 - 12/03/72 - Aníbal Figueiredo de Albuquerque - Coronel R1 do Exército - São Paulo
Morto durante assalto à fábrica de bebidas Charel Ltda., da qual era um dos proprietários


104 - 08/05/72 - Odilo Cruz Rosa - Cabo do Exército - PA
Morto na região do Araguaia quando uma equipe comandada por um tenente e composta ainda, por dois sargentos e pelo Cabo Rosa foram emboscados por terroristas comandados por Oswaldo Araújo Costa, o “Oswaldão”, na região de Grota Seca, no Vale da Gameleira. Neste tiroteio foi morto o Cabo Rosa e feridos o Tenente e um Sargento.


105 - 02/06/72 - Rosendo - Sargento PM - SP

Morto ao interceptar 04 terroristas que assaltaram um bar e um carro da Distribuidora de Cigarros Oeste LTDA.


106 - 29/06/72 - João Pereira - Mateiro-região do Araguaia - PA
“Justiçado exemplarmente” pelo PC do B por ter servido de guia para as forças legais que combatiam os guerrilheiros. A respeito, Ângelo Arroyo declarou em seu relatório: “A morte desse bate-pau causou pânico entre os demais da zona”.


107 - 09/09/72 - Mário Domingos Panzarielo - Detetive Polícia Civil - RJ
Morto ao tentar prender um terrorista da ALN.


108 - 23/09/72 - Mário Abraim da Silva - Segundo Sargento do Exército - PA
Pertencia ao 2º Batalhão de Infantaria de Selva, com sede em Belém. Sua Companhia foi deslocada para combater a guerrilha na região do Araguaia. Morto em combate, durante um ataque guerrilheiro no lugarejo de Pavão, base do 2º Batalhão de Selva.


109 - 27/09/72 - Sílvio Nunes Alves - Bancário - RJ
Assassinado em assalto ao Banco Novo Mundo, na Penha, pelas organizações terroristas PCBR - ALN - VPR - Var Palmares e MR8. Autor do assassinato: José Selton Ribeiro.


110 - –/09/72 - Osmar… - Posseiro - PA
“Justiçado” na região do Araguaia pelos guerrilheiros por ter permitido que uma tropa de pára-quedistas acampasse em suas terras.


111 - 01/10/72 - Luiz Honório Correia - Civil - RJ
Morto por terroristas no assalto à empresa de Ônibus Barão de Mauá


112 - 06/10/72 - Severino Fernandes da Silva - Civil - PE
Morto por terroristas durante agitação no meio rural.


113 - 06/10/72 - José Inocêncio Barreto - Civil - PE
Morto por terroristas durante agitação no meio rural.


114 - 21/02/73 - Manoel Henrique de Oliveira - Comerciante - São Paulo
No dia 14 de junho de 1972, as equipes do DOI de São Paulo, como já faziam há vários dias, estavam seguindo quatro terroristas da ALN que resolveram almoçar no restaurante Varela, no bairro da Mooca. Quando eles saíram do restaurante, receberam voz de prisão. Reagindo, desencadearam tiroteio com os policiais. Ao final, três terroristas estavam mortos, e um conseguiu fugir. Erroneamente, a ALN atribuiu a morte de seus três companheiros à delação de um dos proprietários do restaurante e decidiu justiçá-lo. O comando “Aurora Maria do Nascimento Furtado”, constituído por Arnaldo Cardoso Rocha, Francisco Emanuel Penteado, Francisco Seiko Okama e Ronaldo Mouth Queiroz, foi encarregado da missão e assassinou, no dia 21 de fevereiro, o comerciante Manoel Henrique de Oliveira, que foi metralhado sem que pudesse esboçar um gesto de defesa. Seu corpo foi coberto por panfletos da ALN, impressos no Centro de Orientação Estudantil da USP por interveniência do militante Paulo Frateschi.


115 - 22/02/73 - Pedro Américo Mota Garcia - Civil - Rio de Janeiro
Por vingança, foi “justiçado” por terroristas por haver impedido um assalto contra uma agência da Caixa Econômica Federal.


116 - 25/02/73 - Octávio Gonçalves Moreira Júnior - Delegado de polícia - São Paulo
Com a tentativa de intimidar os integrantes dos órgãos de repressão, um “Tribunal Popular Revolucionário” decidiu “justiçar” um membro do DOI/CODI/II Exército. O escolhido foi o delegado de polícia Octávio Gonçalves Moreira Júnior.


117 - 12/03/73 - Pedro Mineiro - Capataz da Fazenda Capingo
“Justiçado” por terroristas na Guerrilha do Araguaia.


118 - Francisco Valdir de Paula - Soldado do Exército-região do Araguaia - PA
Instalado numa posse de terra, no município de Xambioá, fazendo parte de uma rede de informações montada na área de guerrilha, foi identificado pelos terroristas e assassinado. Seu corpo nunca foi encontrado.


119 - 10/04/74 -Geraldo José Nogueira - Soldado PM - São Paulo
Morto numa operação de captura de terroristas.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Flannery - A life of Flannery O'Connor


Segue a resenha (não editada) , do livro "Flannery - A life of Flannery O'Connor", do autor Brad Gooch, que está na Dicta & Contradicta, V.4.

Leiam, aproveitem e que tal comprar a biografia e a revista!?

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"I like to forget that I'm just a story-teller".
Carta para Elizabeth Hester de 9 de Agosto de 1955 (Collected Works of F. O'Connor, pg. 944)

Flannery O'Connor foi "apenas uma contadora de histórias", segundo suas próprias palavras. Mas ela não era apenas uma contadora de histórias. Em sua prosa, Flannery O'Connor encontrou, na verdade buscou, resgatar aos olhos de seus leitores, o estranhamento com que a Graça, o Mal e o Pecado Original, atuam neste vale de lágrimas. Esse estranhamento ocorre em nossas vidas quando o grotesco, a violência ou nossa incapacidade de reconhecermos que há uma inexpugnável diferença entre o que crermos ser o certo, e o que é certo perante os olhos de Deus.

Este é o chamamento, o furor violento que Flannery usa tão bem em suas histórias para fazer-nos ver o bizarro que nos cerca, e assim, aceitarmos melhor nossa parcela nessa realidade criada para nós.

Nascida no sul dos Estados Unidos (cujo imaginário coletivo remonta racismo, intolerância, lugar onde a odiosa América branca e conservadora cria e recria seus pecados ), filha de pais católicos, apaixonada por pássaros, especialmente o pavão (pássaro que é simbolo do Cristo na iconografia cristã) e "abençoada" com uma doença incurável e que viria a matá-la precocemente, O'Connor vai usar desses elementos para criar uma obra que por muito tempo foi considerada "menor". Mas que com o passar dos anos, mostrou-se mais consistente, com uma visão penetrante da alma humana, que muitos de seus pares contemporâneos não atingiram. E mesmo hoje em dia, apenas consigo pensar em Cormac McCarthy como seu herdeiro no uso do grotesco e da violência. Não menos relevante é a presença da compaixão e da Graça em ambos.

Mas muitos leitores podem cair em uma armadilha ao ler as obras da escritora georgiana, apegando-se apenas ao grotesco ou à violência que ela tão bem descreve, ou ainda, procurando denuncias sociais ou raciais em seus escritos. Não são essas as motivações da escritora, ela não rebaixa o ato de escrever, coisa tão comum e esperada dos escritores neste nosso século de poucas luzes e ainda mais nesse nosso tão inculto Brasil.

E para corrigir essa visão pobre, medíocre e míope de sua obra, de grande ajuda é a recente biografia da escritora escrita por Brad Gooch. Devo confessar em primeira mão que não sou o maior fã de biografias, especialmente de escritores, por carregarem uma tendência pela busca de escândalos, interpretações da vida dos escritores que mais reforçam seus preconceitos ou visões distorcidas (tem sempre um biógrafo louco para provar que Shakespeare era gay e que isso REALMENTE importa para entendermos Hamlet). Mas Gooch se sai bem da tarefa, até por razões óbvias, afinal, Flannery O'Connor não teve uma vida das mais "modernas" se é que me entendem.

Brad Gooch nasceu na Pensilvânia, mas desde 1971 vive em Nova Iorque e acalentava o projeto desta biografia há pelo menos três décadas. Atraído pela autora à época em que graduava-se na Columbia University, especialmente ligado a literatura medieval e renascentista, Gooch identificou na autora sulista características que o atraiam como um homem do século XIII; "humor, corpos e faces demoníacos, ação direta, ameças de violência e acima de tudo, um sútil elemento de busca espiritual em um universo negro animado pela graça e significado".

Em 1979, com o lançamento do livro, The Habit of Being, uma coleção de cartas editado pela amiga da escritora, Sally Fitzgerald, Gooch aprofundou ainda mais sua admiração pela autora. Relevante também, neste livro, é o impacto que a obra de São Tomas de Aquino teve na obra de O'Connor. Imbuido da idéia de escrever a biografia (isto ainda em 1980), Gooch entrou em contato com Sally Fitzgerald que, educadamente lhe disse para que ele encontrasse outro assunto, já que ela já tinha estava escrevendo uma biografia literária da sua amiga.

Duas décadas passaram e a tão aguardada biografia nunca viu a luz do dia. Sally Fitzgerald morreu em 2000, e deixou apenas um manuscrito inacabado de sua biografia. Já em 2003, o editor de Brad Gooch pergunta-lhe se não há interesse do autor em escrever outra biografia, (Gooch escreveu livro sobre o poeta Frank O'Hara). Sem pensar em outra opção, Gooch iniciou seu projeto. Sete anos depois, e quase trinta após seu primeiro "encontro" com a autora, eis a primeira grande biografia de Flannery O'Connor.

Gooch não está preocupado em criar um guia de leitura ou interpretar seus textos, vinculando-os ao acontecimentos de sua vida. Mesmo nas revelações mais intimas, como seu relacionamento com Erik Langkjaer, de quem recebeu, talvez, seu primeiro e único beijo (recriado como o vendedor de Bíblias do conto "Gente boa da roça"), ou da triste e conturbada convivência com sua mãe, há espaço para interpretações maiores e profundas.

Mérito do autor, sim, mas muito pode-se dizer da própria escritora que desde cedo teve a presença marcante da morte em sua vida. Seu pai, morto quando ela ainda era adolescente, e a descoberta de que carregava a mesma moléstia quando contava seus vinte e poucos anos, fez com que ela buscasse em sua formação, respostas para a condição humana. Isto é, a certeza inescapavel de nossa mortalidade.

Mas ao contrário da covardia existencialista, ou do niilismo burro, Flannery buscou sempre resgatar a nossa condição maior de filhos de Deus. Necessário dizer que essa condição não é facilitadora, atenuante ou leve, mas muito ao contrário, dura, cheia de dor e sangue, mas capaz de reconhecer nas penas coloridas de um pavão, a promessa divina de redenção.

Uma vida tão prematuramente iniciada nos mistérios da morte, pode parecer melancólica, triste e vazia. Felizmente, Gooch está à altura da biografada, ele consegue escrever com humor, com delicadeza e respeito sobre os momentos que na mão de outro, poderiam soar apenas patéticos.

Flannery O'Connor passou grande parte de sua curta vida "looking down the barrel of the Misfit's shotgun", nas palavras do autor, não impeliu essa sulista de nascença, católica de formação e escritora por dedicação a se deixar levar pelas cegueiras pós-modernas."

É preciso estar plenamente desperto para aceitar a longa jornada na noite escura que é nossa vida e mais, perceber que não há esperança ou redenção possível sem aceitar o inexorável cuidado de Deus.