"Well, i'm a fast talking, hell raising, son of a bitch and i'm a sinner and i know how to fight well, i can leave you if i wanna, little baby and i'm gonna tonight. cause i got a bucket full of tears and a hard luck story there's a bad moon rising behind!" Whiskeytown
domingo, janeiro 03, 2010
Nostalgias e descobertas.
Lembro de quando eu era criança e o ano 2000 estava longe. Todos aqueles anos até o futuro...era eternidade! E agora cá estamos,em 2010!! Nossa fugaz condição...
Bom, agora, realmente para o ano 3000 falta uma eternidade (pelo menos para nós, afinal os que nascerão lá para o ano 2950 devem ver a virada do milênio sem problemas!) -------------------------------------------------------------------------------------------------
Que me desculpem os brasilianistas em geral, mas basta ouvir Blind Willie Johnson murmurando "Dark Was the Night, Cold Was the Ground" , enquanto desliza com seu canivete as cordas de seu violão, para perceber que a música negra americana está anos-luz de distância de nosso mexe-mexe-sacolejo-sacolejo-ziriguidum-yemanjá...O sentimento de humildade, drama, a técnica e last but not least, a INTENÇÃO por trás da interpretação, fazem desta gravação (feita no diadia 3 de Dezembro de 1927, um sábado na cidade de Dallas, TX), uma das obras-primas da música americana.
Blind Williem Johnson tem um propósito aqui, e é nos levar ao dia da crucificação, no momento em que o corpo de Nosso Senhor é retirado da cruz (pra quem não sabe, o nome completo da canção é "Dark was the night, cold was the ground on wich our Lord was laid"). Podem me chamar de herético, mas para mim é como se a "Paixão de São Mateus" de Bach, fosse "reencarnda" e condensada em pouco mais de três minutos de, na falta de um melhor termo, pura arte.
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Steinhardt ilumina "Million Dollar Baby". O filme supostamente pró-eutanásia e anti-católico, (definitivamente, ponhamos agora um ponto final à discussão) de Clint Eastwood. Falando sobre crimes e tragédias (dando como exemplo Raskolnikov) Steinhardt chega ao ponto (e, descaradamente, uso as palavras dele e sua interpretação do livro Crime e Castigo, apenas mudando os nomes) :
A morte de Maggie não é a verdadeira tragédia do filme, mas o desmoronamento produzido em Frankie, (em sua, agora, reencontrada alma, que ele ficava teimando em encontrar de forma mecânica, quiça diabólica, na Igreja), eis o drama, o elemento trágico do filme;
e mais - o indíviduo - por mais dotado, superior e JUSTIFICADO que seja - não é Deus e não pode tomar-Lhe o lugar (não sem pagar um preço, com certeza muito, muito alto).
Desvelado o mistério, podem anunciar em voz alta crianças, a última coisa que "Million Dollar Baby" é, é um filme pró-eutanásia e anti-católico.
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E o mundo definitivamente está ficando mais chato, menos surpreendente (a menos que vocês sejam apaixonados por gadgets e outras quinquilharias)...estava assistindo The Commitments, um filme do início da década de 90 para perceber o quanto podemos ter melhorado materialmente, mas o espírito do século XXI... que pobreza a nossa...vejam o filme e reparem que apesar dos penteados e das roupas (sobras dos anos 80), as pessoas podiam fumar em pubs, o fato de alguém ser gay era considerado uma coisa realmente estranha, existia a dificuldade físca, material mesmo, que fazia você ter sede de conhecer música, uma nova banda ou redescobrir um estilo e isso realmente mexia com você, te surpreendia!
Parece que quanto mais informação temos, menos temos capacidade para APRECIAR.
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A foto ali em cima é do Blind Wilie Johnson. Foi tirada para a divulgação de seus 78 rpms. Ah, a gravadora que lançou Blind Willie ? Columbia Records, a mesma que tem em seu catálogo caras como Dylan e Cash...coincidência?
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